Lição 2 O Corpo - A Maravilhosa obra da Criação de Deus

Corpo, Alma e Espírito – A Restauração Integral do Ser Humano para Chegar à Estatura Completa de Cristo

Lições Bíblicas Adultos – 4° Trimestre 2025 | CPAD

REVISTA: Corpo, Alma e Espírito – A Restauração Integral do Ser Humano para Chegar à Estatura Completa de Cristo

Comentarista: Pr. Silas Queiroz


TEXTO ÁUREO

“Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.” (Sl 139.14)


VERDADE PRÁTICA

A ciência busca desvendar os mistérios do corpo humano, mas o crente descansa em saber que é obra da poderosa e perfeita mão de Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Hb 11.3

A fé produz entendimento

Terça - Sl 33-15

Deus forma espírito e alma de todos os homens

Quarta - Lv 19.28

Não é conveniente fazer marcas no corpo

Quinta - 1 Cr 21.23,24

O culto é um sacrifício pessoal

Sexta - 1 Tm 2.8

Oração com mãos levantadas

Sábado - 1 Ts 4.4

Possuindo o corpo em santificação e honra

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:

Salmos 139.1-4,13-18

1 - Senhor, tu me sondaste e me conheces.

2 -Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.

3 - Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.

4 - Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.

13 - Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe.

14 - Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.

15 - Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.

16 - Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia.

17 - E quão preciosos são para mim, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!

18 - Se os contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo, ainda estou contigo.


Hinos Sugeridos: 124, 511, 578 da Harpa Cristã


INTRODUÇÃO

Há séculos o racionalismo e o cientificismo procuram explicar a existência humana. Segundo seus propagadores, essas escolas de pensamentos teriam suficientes respostas para o homem em sua busca de compreensão da realidade. Apesar disso, razão e ciência não conseguem desvendar

nem mesmo todos mistérios do corpo humano. Como resultado, o homem pós-moderno vive uma grande crise de identidade. Somente pela fé, por meio das Escrituras Sagradas, temos respostas sobre nossa constituição e existência.

 

I - A MARAVILHOSA OBRA DE DEUS

1. Do pó da terra.

Em sua sabedoria e infinito poder, Deus fez o corpo do homem (adam) do pó da terra (adamah) (Gn 2.7); uma estrutura magnífica composta, segundo estimativas, por cerca de 37 trilhões de células, tecidos, órgãos e sistemas, cujo funcionamento desafia a mais moderna ciência. Como o Criador, valendo-se de uma matéria-prima tão comum, fez uma obra tão extraordinária, complexa e completa? Esse mistério só pode ser entendido pela fé, como tudo o mais que Deus criou no Universo (Hb 11.3; At 17.22-28; Rm 11.33-36).

 

2. Deus, o Autor da vida.

De uma das costelas de Adão, formou Deus a mãe de todos os viventes, Eva, em um corpo igualmente maravilhoso, porém, tão distinto em anatomia, fisiologia e genética (Gn 1.27; 3.20). Em relação a como os descendentes dos primeiros pais são formados no ventre materno, as Escrituras mostram que assim como na formação do primeiro homem e da primeira mulher, Deus é o Autor das vidas de todas as pessoas (S1139.13-15; Jr 1.5).


3. A individualizada formação integral.

Deus forma espírito, alma e corpo de cada ser humano, conforme ocorre o ato de procriação que Ele mesmo estabeleceu, pela união íntima de homem e mulher (macho e fêmea) (Gn 4.1; SI 33.15; Zc 12.1; Is 57.16). As Escrituras falam claramente da existência de vida humana completa (corpo, alma e espírito) ainda no ventre (Gn 25.22; Lc 1.15,39-44; Gl 1.15). Isso ressalta a grande perversidade do aborto e aponta para o sublime valor da maternidade, que deve ser cercada de cuidado e proteção — e conduzida em temor, amor e devoção (SI 127.3-5; Sl 128.3). Uma boa nutrição física, afetiva e espiritual deve começar desde o início da gestação.


SINOPSE I

Deus, com sabedoria e poder, criou o corpo humano de forma extraordinária e única.


AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

A CRIAÇÃO MARAVILHOSA DE DEUS

A simples afirmação de que Deus criou os céus e a terra é um dos conceitos mais desafiadores que confrontam a mente moderna. A vasta galáxia em que vivemos gira a uma incrível velocidade de 788.410 quilômetros por hora. Porém, mesmo a esta alucinante velocidade, nossa galáxia ainda necessita de 200 milhões de anos para concluir uma única rotação.


Além disso, existe mais de um bilhão de outras galáxias como a nossa no universo. Alguns cientistas afirmam que o número de estrelas na criação é igual a todos os grãos de areia de todas as praias do mundo. Ainda assim, este complexo mar de estrelas em movimento funciona com notável ordem e eficiência.

Dizer que o universo ‘surgiu’ ou ‘evoluiu’ requer mais fé do que acreditar que Deus está por trás dessas estatísticas surpreendentes. Deus criou um universo maravilhoso. Deus não precisava criar o universo; Ele escolheu criá-lo. Por quê? Deus é amor, e o amor é melhor expressado em direção a algo ou alguém — assim, Deus criou o mundo e as pessoas como uma expressão do seu amor. Não devemos reduzir a criação de Deus a meros termos científicos. Lembre-se de que Deus criou o universo porque ama cada um de nós” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1590).

II - O CORPO E A GLÓRIA DE DEUS

1. O divino tecelão.

Em linguagem poética, Davi descreve a ação divina na formação do corpo humano no ventre materno apresentando Deus como o tecelão (S1139.13-15). A Bíblia na versão Tradução Brasileira (TB) usa a expressão “primorosamente tecido”, adjetivando a ação divina descrita nos versículos 13 e 15. Embora a Bíblia não dependa de confirmação, é relevante considerar que a ciência reconhece a formação dos órgãos e sistemas do corpo humano exatamente dos tecidos formados pelas células presentes no embrião.


2. Entendimento e louvor.

A compreensão da maravilhosa obra divina na formação do corpo humano liberta-nos de toda especulação e dúvida e produz um sentimento de gratidão e louvor. Davi declarou: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado” (SI 139.14). No mesmo versículo o salmista usa a expressão “a minha alma o sabe muito bem”, demonstrando como a verdadeira fé produz entendimento e percepção espiritual corretos, gerando quietude interior. Quando o homem não se reconhece como obra do Criador, vive inquieto em busca de explicações sobre si mesmo e se torna vítima dos mais variados enganos, como a teoria evolucionista. Não glorifica a Deus e se perde em um mundo de idolatria e depravação (Rm 1.18-32).


3. O perigo dos extremos.

Desde os tempos antigos, a humanidade tem oscilado entre dois extremos sobre o valor e a importância do corpo. De um lado, correntes de pensamento como o maniqueísmo, o platonismo e o gnosticismo espalharam ideias que viam a matéria de forma negativa, considerando o corpo algo essencialmente mau. De outro lado, havia o culto ao belo, como na Grécia Antiga. O desequilíbrio permanece. Vícios, automutilações e outras atitudes extravagantes deformam e desonram o corpo (Lv 19.28; Pv 23-29-35; 1 Ts 4.4). Por outro lado, há o narcisismo moderno, marcado pela supervalorização do corpo em detrimento da alma e do espírito. A idolatria do “eu” leva à prática excessiva de selfies, publicações de si mesmo em redes sociais, cuidados estéticos, cosméticos e físicos em excesso (2 Tm 3.2; 1 Pe 3.3-5). Cuidar do corpo é importante, mas sem exageros. O cristão deve ser equilibrado em tudo (1 Co 6.12).

 

4. Princípios ou regras?

Quando falamos em corpo temos a tendência de logo pensar em regras, mas o viver cristão moderado consiste, acima de tudo, na observância dos princípios bíblicos. Um deles é fazer tudo para a glória de Deus (1 Co 10.31). Aplicável às práticas mais simples de nosso cotidiano, é um parâmetro espiritual mais eficaz que regras rígidas e inflexíveis, que podem nos levar ao legalismo (Mt 23.1-7,23). Devemos sempre refletir: o que fazemos com o nosso corpo glorifica a Deus ou visa agradar a nós mesmos (Rm 14.21515.1-7)?


SINOPSE II

O corpo humano glorifica a Deus por sua formação admirável, devendo ser cuidado com equilíbrio e usado segundo princípios bíblicos.


AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

DO PÓ DA TERRA E DO FÔLEGO DE VIDA

“... Do pó da terra” implica que não há nada fantasioso em relação aos elementos químicos que compõem o nosso corpo. O corpo é o invólucro, uma estrutura sem vida até que Deus o torne vivo com o seu ‘fôlego de vida’. Quando Deus retira este fôlego, nosso corpo retorna ao pó. Desse modo, nossa vida e valor provêm do Espírito de Deus. Muitos se vangloriam de suas conquistas e habilidades como se fossem donos de suas próprias forças; outros sentem-se desvalorizados por não possuírem muitas habilidades. Na verdade, nosso valor não provém de nossas realizações, mas do Deus que criou o universo e escolheu presentear-nos com o misterioso e miraculoso dom da vida. Faça como Ele, valorize a vida” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.7,8).


III - O CORPO E A COLETIVIDADE

1. A prática relacional.

Deus nos fez seres relacionais, gregários, sociáveis. Isso está explícito na ordem de procriação e enchimento da terra (Gn 1.28). Por isso, temos necessidades e deveres que vão além de nossa individualidade. Não fomos criados para viver isolados social ou afetivamente. Embora os recursos digitais tragam muitas comodidades para o homem moderno, o contato físico continua sendo essencial para a vida humana. A troca de afetos por meio de expressões corporais não é substituída pela frieza da tecnologia. Tiago qualifica a verdadeira religião e a fé viva por práticas relacionais reais, que exigem o envolvimento do corpo (Tg 1.27; 2.14-18). Como está nossa comunhão?


2. A prática congregacional.

O corpo é um elemento fundamental do culto divino. As Escrituras nos advertem da necessidade da reunião coletiva, da vida congregacional (Hb 10.24,25). Muitos têm sido seduzidos e enganados pelos falsos discursos dos que criticam a igreja como instituição, sugerindo o cultivo de uma fé individual ou meramente virtual. Sejamos sábios e prudentes: o movimento dos desigrejados é antibíblico e altamente prejudicial à verdadeira vida cristã (Ef 4.1-3; 1 Ts 5.11-15).

 

3. Tecnologia e culto.

O corpo precisa não apenas estar presente no templo, mas envolver-se diretamente com o culto. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos enfatizam o aspecto corporal intenso da adoração (2 Cr 7.1-4; S127.4; 100.2-4; At 2.41-47). Deus quer a expressão de todo o nosso corpo em louvor ao seu nome (Sl 150.6; At 4.24,31; 1 Co 14.26; 1 Tm 2.8). Os recursos tecnológicos da atualidade, como drones, telões, celulares e tablets são muito úteis, mas se usados sem moderação podem nos distrair ou deixar inertes no culto. Até a educação secular já reconhece os prejuízos desse exagero tecnológico!


SINOPSE III

O corpo deve ser instrumento de comunhão e adoração coletiva, valorizando os relacionamentos e o culto presencial.

 

CONCLUSÃO

A verdadeira adoração ao Criador abrange a integralidade de nosso ser, o que inclui todo o nosso corpo (Rm 12.1; 1 Co 6.20). Reconhecer-se como obra das mãos de Deus leva-nos a nos render à sua soberania e permanecer confiando em seu eterno poder (Jó 1.20-22; 2.10; 19.25-27). Que saibamos possuir nosso corpo em santificação e honra (1 Ts 4.4).


REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que a Bíblia fala sobre o começo da vida humana integral (corpo, alma e espírito)?

As Escrituras falam claramente da existência de vida humana completa (corpo, alma e espírito) ainda no ventre (Gn 25.22; Lc 1.15,39-44; G11.15).

2. Como Davi apresenta Deus no processo de formação do corpo humano?

Em linguagem poética, Davi descreve a ação divina na formação do corpo humano no ventre materno apresentando Deus como o tecelão (Sl 139.13-15).

3. Quais os extremos quanto ao valor e importância do corpo?

De um lado há correntes que consideram o corpo algo essencialmente mau; por outro, há os supervalorizam o corpo em detrimento da alma e do espírito.

4. Por que precisamos da vida comunitária?

Deus nos fez seres relacionais, gregários, sociáveis. Isso está explícito na ordem de procriação e enchimento da terra (Gn 1.28).

5. Que perigos os recursos tecnológicos apresentam em relação ao culto?

Os recursos tecnológicos da atualidade, como drones, telões, celulares e tablets são muito úteis, mas usados sem moderação podem nos distrair ou deixar inertes no culto.