
Lições Bíblicas do 4° trimestre de 2019 -
CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 27 de Outubro de 2019.
TEXTO ÁUREO
“Então,
todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e
disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus
caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos
julgue, como o têm todas as nações.” (1 Sm 8.4,5)
VERDADE
PRÁTICA
Antes
de tomar uma decisão, o crente precisa buscar a orientação de Deus, para que
não venha a sofrer dolorosas consequências.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda – Ef 1.6,7
Procure corresponder à sua vocação espiritual
Terça – Nm 27.15-18
Deus é quem escolhe a liderança de sua Igreja
Quarta – Mt 9.37,38
Para uma liderança de qualidade é preciso orar
Quinta – Lc 6.12-14
Jesus escolheu os seus discípulos em oração
Sexta – Lc 4.18
Para fazer a obra de Deus é preciso unção do Espírito Santo
Sábado – Js 1.8
Alimentar-se da Palavra é o segredo para o sucesso do
ministério
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1
Samuel 8
4-
Então, todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá,
5-
e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus
caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos
julgue, como o têm todas as nações.
6-
Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um
rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao SENHOR.
7-
E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois
não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar
sobre ele.
1
Samuel 10
1-
Então, tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e o
beijou, e disse: Porventura, te não tem ungido o SENHOR por capitão sobre a sua
herdade?
2-
Partindo-te hoje de mim, acharás dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no
termo de Benjamim, em Zelza, os quais te dirão: Acharam-se as jumentas que
foste buscar, e eis que já o teu pai deixou o negócio das jumentas e anda
aflito por causa de vós, dizendo: Que farei eu por meu filho?
3-
E, quando dali passares mais adiante e chegares ao carvalho de Tabor, ali te
encontrarão três homens, que vão subindo a Deus a Betel: um levando três
cabritos, o outro, três bolos de pão, e o outro, um odre de vinho.
4-
E te perguntarão como estás e te darão dois pães, que tomarás da sua mão.
5-
Então, virás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de
ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um rancho de profetas que descem
do alto e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e
profetizará
6-
E o Espírito do SENHOR se apode-rará de ti, e profetizarás com eles e te
mudarás em outro homem.
7-
E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão,
porque Deus é contigo.
OBJETIVO
GERAL
Mostrar
que para tomar decisões, o crente deve pedir orientação a Deus.
HINOS
SUGERIDOS: 78, 207, 342 da Harpa Cristã
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I
- Conceituar monarquia;
II
- Explicitar a escolha de Saul como rei;
II
- Especificar o rei que o povo escolheu.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
A vida cristã passa pela tomada de decisões. Tomá-las sem buscar a
direção de Deus pode nos trazer grandes prejuízos. Assim, a lição desta semana
trata de um tema importante do Antigo Testamento. O povo de Israel pediu um rei
para ser igual às outras nações. A decisão do povo foi marcada pela aparência
humana e dados superficiais. Tal pedido, mais adiante, trouxe graves consequências
espirituais ao povo de Israel através do rei Saul. Aqui, encontra-se uma ótima
oportunidade para refletirmos acerca do grau de dependência que temos do
Senhor. Boa aula!
INTRODUÇÃO
Ao
tratar da instituição da monarquia em Israel, não podemos ignorar a soberania
de Deus ao estabelecer essa forma de governo. Embora a monarquia fosse um
desejo nacional, Deus interveio e, segundo a sua vontade, estabeleceu essa
forma de governo. Outrora, Ele levantava juízes em diversas regiões, mas agora Ele
levantaria uma monarquia em Israel. Nesse sentido, estudaremos a razão da
monarquia, a escolha do rei Saul, o primeiro rei de Israel e o mérito dessa
escolha.
PONTO
CENTRAL
O crente
deve pedir direção a Deus para tomar qualquer decisão.
I – POR QUE
A MONARQUIA?
1.
Um sentimento de orgulho nacional (8.4,5).
O
desvio de Israel teve origem em sua desobediência a Deus. Os israelitas só o
buscavam em tempos de crise; então, davam ouvidos à mensagem divina. Segundo a
Bíblia, Deus chamou Israel para ser líder espiritual do mundo (1 Cr 17.21; Jo
4.22), mas a nação enveredou pelo mesmo caminho das outras nações. Assim, por
meio do orgulho nacional, os israelitas foram levados a pedir um rei antes da
hora. Nesse caso, adotar o regime monárquico, segundo o modelo pagão,
significava rejeitar a liderança divina representada por Samuel. Dessa forma,
os israelitas escolheram uma política meramente humana, fugindo de sua real
vocação sacerdotal e profética.
Há
perigo quando o povo de Deus deixa a sua verdadeira vocação para imitar as
instituições terrenas. Embora seja bíblico cumprir nossas obrigações políticas
e sociais, a vocação da Igreja é espiritual, como afirmou Jesus: “O meu Reino
não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos,
para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui”
(Jo 8.36).
2.
O fracasso dos filhos de Samuel.
Este
era o contexto dos israelitas: a Arca da Aliança não estava mais com o povo;
havia ameaças constantes dos filisteus e os filhos de Samuel não andavam em
caminhos retos. Nesse sentido, o pedido dos anciãos tocou o coração do profeta;
pois ele sabia que os seus filhos não tinham condições morais nem espirituais
para substituí-lo. Samuel era um líder fiel, sincero, verdadeiro e, embora
fosse duro ouvir, ele sabia que os anciãos falavam a verdade.
Biblicamente,
não há problema em um filho de pastor vir a substituir o pai no ministério.
Entretanto, isso não pode se dar por causa do amor paterno, mas pela vocação
dada por Deus e confirmada pela Igreja de Cristo (1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). O dono
da obra é o Senhor!
3.
Rejeitando os planos de Deus (10.6,7).
Escolher
a monarquia, naquele contexto, era rejeitar o propósito divino. Foi algo
deliberado do povo contra o plano estabelecido por Deus desde quando Israel
ocupou a Terra de Canaã. Deus é onisciente. Ele sabia que esse momento chegaria
(Dt 17.14). Assim, no tempo certo, o próprio Deus daria um rei com as
qualidades necessárias. É preciso seguir essa diretriz no processo de sucessão
de líderes. Não podemos perder a perspectiva de que é Deus que dá seus líderes
à Igreja (Mt 9.38; Lc 10.2).
SÍNTESE DO
TÓPICO I
O
sentimento de orgulho nacional, o fracasso dos filhos de Samuel e a rejeição do
plano de Deus contribuíram para o estabelecimento da monarquia.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO - PEDAGÓGICO
Ao introduzir a lição de hoje, que tem como tema a instituição do
primeiro reinado de Israel, faça uma síntese a respeito de como Deus conduzia o
seu povo até aquele derradeiro momento. Como sugestão para essa síntese, use o
seguinte texto como auxílio: “[...] Desde os dias de Moisés Deus governava
Israel através de sacerdotes e juízes especialmente dotados com poder e
habilidade. Quando Samuel, o último dos juízes, envelheceu, o povo pediu um rei
para que eles fossem como as nações que estavam ao seu redor. O repúdio que
demonstravam estava dirigido a Deus e a uma caminhada de fé. Eles desejaram
imitar as nações não simplesmente no governo, mas também no espírito,
dependendo de suas próprias possibilidades e poder ao invés de depender do
Senhor (1 Sm 8)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010,
p.1775).
II – A
ESCOLHA DE SAUL COMO REI
1.
Por que Saul?
Quando
lemos o livro de 1 Samuel, logo percebemos que o foco do autor sagrado é Davi,
e não Saul. Se Saul foi o primeiro rei de Israel, por que o foco da narrativa
não recaiu sobre ele? Podemos considerar que, num primeiro momento, o rei Saul
foi ungido pela soberana vontade de Deus. Entretanto, ele reinou indiferente
aos mandamentos divinos; era um rei falho, egoísta e ciumento. O propósito do
autor sagrado é contrastá-lo com Davi, um homem segundo o coração de Deus.
2.
A unção de Saul por Samuel (10.1).
Na
unção de Saul, alguns detalhes devem ser destacados. Samuel o beijou em sinal
de afeição e admiração pessoal. A unção era feita com azeite de oliva. A
cerimônia simbolizava a investidura divina para o exercício do cargo.
Os
que são separados, por Deus, para a sua Obra, têm a unção do Espírito Santo – a
capacidade que vem do alto para o exercício do Santo Ministério (Ef 4.11-14).
Hoje, não necessitamos do azeite para a separação de obreiros para o ministério
da Palavra; basta a imposição de mãos do presbitério (1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6).
3.
Os sinais de confirmação da unção (10.2-7).
Três
são os sinais que confirmaram a unção de Saul como o rei de Israel: (1) Saul
encontra as jumentas perdidas de seu pai;
(2)
ele encontra três homens no Monte Tabor, um levando três cabritos, outro, três
bolos de pão, e o outro, um odre de vinho;
(3)
a capacidade de profetizar pelo Espírito de Deus.
O
primeiro sinal representava o trabalho que o rei teria; o segundo apontava para
o sustento divino para a tarefa de Saul; e o terceiro, o rei reinaria sob o
Espírito de Deus e, assim, salvaria Israel de seus inimigos.
Quem
é chamado para o ministério precisa aplicar-se ao trabalho (Jo 5.17);
sustentar-se pelo alimento sagrado, a Palavra de Deus (Dt 8.3; Mt 4.4); e estar
cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). A
jornada ministerial é pesada; por isso, é preciso estar centrado em Deus em
todo o exercício ministerial.
SÍNTESE DO
TÓPICO II
Saul
foi ungido rei por Samuel pela vontade soberana de Deus.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“[...] Quando Saul se virou para partir em direção à sua casa, Deus
lhe mudou o coração em outro (9). O humilde trabalhador rural estava a caminho
de tornar-se um líder militar e civil. O Espírito de Deus se apoderou dele (10)
e os seus conhecidos, ao vê-lo, perguntavam uns aos outros: Está também Saul
entre os profetas? (11), uma frase destinada a tornar-se famosa em uma época
posterior, sob as mais extremas manifestações de 19.23-24. Tornou-se provérbio
(12) não significa necessariamente a partir daquele momento, mas pode ter sido
na época posterior narrada no capítulo 19. Os versos 6-11 mostram ‘A criação de
um novo homem’, pois Samuel disse a Saul: te mudarás em outro homem, 6. Aqui
temos (1) Redenção – Deus lhe mudou o coração em outro, 9; (2) Renovação – O
Espírito de Deus se apoderou dele, 10; e (3) Reconhecimento – todos os que
dantes o conheciam viram que eis que com os profetas profetizava; então disse o
povo, cada qual ao seu companheiro: Que é o que sucedeu ao filho de Quis?”
(Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.197).
III – O
REI QUE O POVO ESCOLHEU
1.
Uma escolha pautada na aparência.
Saul
rejeitou a Palavra do Senhor, assim, brevemente, Deus daria ao povo um rei
segundo o Seu coração (1 Sm 13.13; 15.23). Entretanto, para o povo, Saul era um
candidato que enchia os olhos. Fisicamente, era um homem notável (1 Sm 9.2). O
povo não via nada além que a aparência humana; mas Deus, que sonda todas as
coisas, conhecia o coração de Saul. Mesmo não sendo o rei ideal do ponto de
vista divino, Deus o designou e o nomeou.
2.
Os direitos do novo rei.
O
profeta Samuel esclareceu que o rei teria os seguintes privilégios: todos
estariamsob o poder do novo rei e prontos para servi-lo na guerra, no trabalho
do campo e da cozinha real, na implantação de impostos, no confisco de escravos
para o trabalho, na produção de perfumes, e na cobrança dos dízimos da
produção – no Antigo Testamento essa é a
única vez que se trata de dízimo cobrado pelo rei (1 Sm 8.10-17).
Assim,
as exigências descritas por Samuel faziam parte do novo sistema político que o
povo tanto desejava, um padrão desenvolvido pelas nações gentílicas. No Novo
Testamento, há recomendação evangélica de como o cristão deve se portar na
forma de governo político-temporal vigente (Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13-17).
3.
O novo sistema político e o aspecto teológico.
Deus
sempre cuidou de Israel; deu-lhe mandamentos, escolheu lideranças para
representá-lo em momentos ímpares, fez com que o povo se arrependesse e se
voltasse para Ele muitas vezes. Agora, não seria diferente. O Senhor não se
afastaria da nação. Se originalmente esta não era a vontade de Deus, o Criador
usaria esse modelo para guiar o seu povo. Ele já preparara um rei segundo o
coração dEle (1 Sm 13.14).
Neste
novo modelo, a liderança seria centralizada na pessoa do rei; sacerdotes e
profetas representariam o conselho de Deus para o governo monárquico. Assim, o
Altíssimo conduziria o seu povo pela história.
SÍNTESE DO
TÓPICO III
A
escolha do rei Saul foi pautada pela aparência. Ele tinha privilégios e
estabeleceu o novo sistema político em Israel.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Todos os anciãos de Israel (4) vieram até Samuel, para demonstrar
uma ampla insatisfação com a situação. A sua exigência de um rei se baseava em
duas razões: já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos (5),
além do desejo de que o rei pudesse ser o seu juiz ou líder e de que eles
pudessem ser como todas as nações. Este desejo de adequar-se aos outros,
rebelando-se contra as características divinas, foi uma fonte de problemas para
o povo de Deus em todas as épocas.
O descontentamento de Samuel (6) não ocorreu porque o povo julgou
que ele estava velho e que os seus filhos não eram dignos de sucedê-lo, mas
porque pediram um rei – fato no qual ele via claramente implicações profundas
com envolvimentos morais e espirituais. Os seus receios se confirmaram quando o
Senhor lhe disse: o povo não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem
rejeitado, para eu não reinar sobre ele (7). A nação já tinha uma triste
história de rebelião e idolatria, e estava, agora, apenas fazendo a Samuel o
que já havia feito ao Senhor (8). Esperava-se que o profeta concordasse com o
pedido, mas ele protestou e claramente informou os líderes do resultado da sua
escolha (9)” (Comentário Bíblico Beacon:2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, p.193).
CONCLUSÃO
Deus
é o Senhor da história. Muitas vezes não conhecemos seus caminhos nem
propósitos, mas sabemos que sua vontade é sempre a mais perfeita e agradável.
Não podemos perder de vista que o Pai é quem governa a nossa vida. Como
cristãos, devemos buscar a bênção de que a nossa vontade e escolhas estejam
sempre bem alinhadas com as de Deus.
PARA
REFLETIR
A respeito de “A Instituição da Monarquia em
Israel”, responda:
1)
Onde teve origem o desvio de Israel?
O
desvio de Israel teve origem em sua desobediência a Deus.
2)
Qual era o contexto dos israelitas quando pediram um novo rei?
Este
era o contexto dos israelitas: a Arca da Aliança não estava mais com o povo,
havia ameaças constantes dos filisteus, os filhos de Samuel não andavam em
caminhos retos.
3)
Qual o propósito do autor sagrado ao enfatizar o rei Davi e não o rei Saul?
O
propósito do autor sagrado é contrastá-lo as atitudes do rei Davi, que mostram
um comportamento completamente diferente do de Saul.
4)
Cite os três sinais que confirmaram o reinado de Saul.
Três
são os sinais que o texto menciona para confirmar a unção de Saul como o rei de
Israel: (1) Saul encontraria as jumentas perdidas de seu pai; (2) ele
encontraria três homens no Monte Tabor, um levando três cabritos, outro, três
bolos de pão, e o outro, um odre de vinho; (3) a capacidade de profetizar pelo
Espírito de Deus.
5)
Cite, ao menos, três privilégios do rei de Israel.
Todos
estariam sob o poder do novo rei e prontos para servi-lhe na guerra, no
trabalho forçado na terra, no trabalho da cozinha real, na apropriação de
terras para que fossem dadas aos ministros do rei.