
Para
entender a Educação Cristã é necessário conhecer a história de um
empreendimento que, iniciado pelos patriarcas do AT, vem conduzindo a
humanidade no conhecimento do Único e Verdadeiro Deus.
Da informalidade daqueles
dias aos moderníssimos recursos pedagógicos do século XXI; o Senhor sempre
levantou homens e mulheres que, ressentidos pela urgência do Reino de Deus, bem
alto fizeram tremular o pendão de seus arcanos, profecias e doutrinas.
Respondendo a um educador que
duvidava de sua própria capacidade de ensinar, Santo Agostinho (354-430 d.C.)
escreve que a educação cristã é, antes de tudo, um serviço ao próximo. Seu
principal argumento é:
“Não
se pode prestar melhor serviço a um homem do que conduzi-lo à fé em Cristo; em
consequência, nada há mais agradável a Deus do que ensinar a doutrina cristã”.
Sistemas primitivos de
educação se desenvolveram já desde o III milênio a.C. Há
manuais de ensino que remontam até 2500 a.C. Na antiga Suméria havia numerosas
escolas para os escribas. As disciplinas ali ensinadas diziam respeito à
religião, às atividades nos palácios e aos negócios do estado. Disciplinas
específicas incluíam a botânica, a zoologia, a geologia, a geografia, a
matemática, as línguas e várias questões relacionadas à cultura e à religião.
Uma escola contava com seu
professor e seus alunos que eram chamados, respectivamente, pai e filhos. Havia
uma educação profissional, como no caso dos escribas e dos oficiais religiosos
e do governo. No nível elementar, a língua era tão importante quanto à
literatura e a religião. Uma educação superior estava reservada aos oficiais do
governo, à casta sacerdotal, e a certos profissionais, como os médicos.
A primeira escola de um judeu
era o seu lar. Os mestres eram os pais e os alunos eram os filhos. O lar nunca
perdeu a sua importância como o lugar primário de aprendizado. Então surgiram
as escolas de profetas, que dirigiram o primeiro ensino sistemático e constante
fora dos lares. Eles encontravam em Moisés a sua grande inspiração (Dt 18.15ss;
34.10).
Os profetas eram vistos como
homens eruditos, que se tornaram líderes da nação. Na época da monarquia, havia
grupos ou companhias de profetas, de tal modo que eles formaram uma classe distinta
dentro da nação (1 Sm 10.5,10; 19.20). Os “filhos dos profetas” eram os
discípulos das escolas que haviam sido formadas (ver 1 Rs 19.16; 2 Rs 2.3ss).
Então, surgiram as sinagogas;
que representaram um passo vital no desenvolvimento das escolas, conforme nós
as conhecemos. Entretanto, nenhuma escola era separada da sinagoga e nenhum
sistema escolar formal formou-se em Israel, senão já no período helenista e
isso por motivo de competição com as escolas gregas.
A literatura rabínica
informa-nos que um sistema escolar compulsório foi criado pelos fariseus, no
século I a.C.
O lar era a unidade básica da
sociedade, bem como a primeira escola que um menino judeu conhecia. O AT mostra
o grande valor dado às crianças e grande responsabilidade pesava sobre os
ombros dos pais, porquanto os filhos eram tidos como dons de Deus (Jó 5.25; SI
127.3; 128.3,4; ver também Gn 18,19 e Dt 11.19 quanto à importância da instrução
doméstica).
As crianças eram treinadas em
seus deveres religiosos ou outros (1 Sm 16.11; 2 Rs 4.18). O treinamento
artístico fazia parte da instrução recebida (Jz 21.21; Lm 5.14). As meninas
eram ensinadas prendas domésticas, por suas mães (Ex 35.25; 2 Sm 13.8). Os
meninos aprendiam negócios e ofícios.
As casas numerosas, como
aquelas de pessoas ricas, estavam sujeitas a uma instrução global (Gn 18.19). O
elemento religioso sempre ocupava o primeiro plano (Dt 6.4-9; SI 78.3-6; Pv
4.3-4).
Algumas poucas mulheres,
segundo todas as aparências, eram bem educadas e chegaram a tornarem-se líderes
(Jz 4.4ss; 2Rs 22.14-20).
O ensino como uma profissão
Os pais eram os primeiros
tutores de seus filhos. Em tempos posteriores, os filhos da casa real (e,
segundo podemos supor, dos ricos), tinham tutores especiais. O Talmude
revela-nos a contínua importância dos pais, no ensino de seus filhos, aos quais
ensinavam algum negócio ou ofício.
Após o exílio babilônico, os
escribas profissionais vieram à existência. Eles eram os mestres na sinagoga, e
isso era a essência de suas atividades. Havia os sábios, mas o termo parece não
distinguir uma classe distinta de mestres.
No NT há menção aos sábios
(no hebraico, hakam), aos escribas (no hebraico, sopher) e aos
oficiais (no hebraico, hazzan). Todos esses eram mestres, aparentemente
em uma ordem descendente de autoridade.
Referência:
Curso Básico em Teologia, 2013 – IBADEP