Lições Bíblicas Adultos 1° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: O CORPO DE CRISTO - Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo
Comentarista: Pr. José Gonçalves
TEXTO
ÁUREO
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.” (1 Co 12.12)
VERDADE
PRÁTICA
Conhecendo
a Igreja em sua natureza nos conscientizamos da importância de fazer parte
dela.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda
- Jo 1.1
A
Igreja centrada na Palavra Viva de Deus
Terça
- Rm 8.14
A
Igreja na esfera do Espírito
Quarta
- 1 Co 1.1-3
A
Igreja como expressão visível e local
Quinta
- Hb 12.23
A
Igreja em seu aspecto invisível e universal
Sexta
- Ef 4.3
A
indivisibilidade da Igreja de Cristo
Sábado
- Fp 2.2
A Igreja em busca da unidade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.12-27
12 - Porque, assim como o corpo é um e tem
muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é
Cristo também.
13 - Pois todos nós fomos batizados em um
Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer
livres, e todos temos bebido de um Espírito.
14 - Porque também o corpo não é um só membro,
mas muitos.
15 - Se o pé disser: Porque não sou mão, não
sou do corpo; não será por isso do corpo?
16
- E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por
isso do corpo?
17 - Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o
ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?
18 - Mas, agora, Deus colocou os membros no
corpo, cada um deles como quis.
19 - E, se todos fossem um só membro, onde
estaria o corpo?
20 - Agora, pois, há muitos membros, mas um
corpo.
21 - E o olho não pode dizer à mão: Não tenho
necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós.
22 - Antes, os membros do corpo que parecem ser
os mais fracos são necessários.
23 - E os que reputamos serem menos honrosos no
corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos
muito mais honra.
24 - Porque os que em nós são mais honestos não
têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao
que tinha falta dela,
25 - para que não haja divisão no corpo, mas,
antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.
26 - De maneira que, se um membro padece, todos
os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se
regozijam com ele.
27 - Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.
Hinos Sugeridos: 144,175, 375
da Harpa Cristã
PLANO
DE AULA
1.
INTRODUÇÃO
Prezado (a) professor(a), nesta lição, estamos estudando a
Eclesiologia, isto é, o estudo sobre a natureza da Igreja, sua essência e
dimensões. Para tanto, temos como particularidades da Igreja a sua extensão
confessional, isto é, sua base doutrinária e ortodoxa; sua extensão local e
espiritual que diz respeito à sua localização e influência na sociedade
enquanto Corpo de Cristo; e, por fim, sua extensão comunitária no que tange a
sua unidade e comunhão como estilo de vida.
2.
APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Destacar a natureza bíblica da Igreja,
fundamentada na doutrina dos apóstolos e conduzida pelo Espírito Santo;
II) Apresentar os aspectos naturais visíveis e
invisíveis da Igreja;
III) Elencar a unidade da Igreja como aspecto central que revela a sua identidade cristã neste mundo.
B) Motivação: A compreensão exata do que é a Igreja está presente nas marcas ou características que a identificam como sendo cristã. Esses aspectos estavam presentes, sobretudo, nas relações e estilo de vida dos crentes do primeiro século. O desafio da igreja atual é desenvolver as práticas das primeiras obras nestes últimos tempos tão trabalhosos.
C) Sugestão de Método: Sugerimos que você estimule os seus alunos a participarem da aula, apontando os conceitos abordados na lição que, possivelmente, encontraram dificuldade para compreender. Destaque esses conceitos ao longo da aula e, sendo possível, consulte um Dicionário Teológico e exponha as definições aos alunos. Esse método agregará novos conhecimentos à aula a partir das dúvidas apresentadas pela classe.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A Igreja foi instituída neste mundo com a incumbência de transmitir a mensagem do Evangelho até os confins da Terra. Para tanto, ela deve testemunhar aos pecadores que o Senhor Jesus, mediante a ação do Espírito Santo, continua a curar, salvar, batizar no Espírito Santo e conduzir o homem ao Reino Celestial.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p. 37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você
encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “Definição de Igreja”, localizado depois do primeiro
tópico, aprofunda o significado da palavra igreja e os seus diversos sentidos
em que é aplicada no texto bíblico;
2) O texto “Entendendo o Texto”, ao final do terceiro tópico, apresenta três aspectos que estão intrinsecamente ligados e ampliam a compreensão da relação estabelecida entre os crentes como Corpo de Cristo.
Palavra-Chave: Natureza
INTRODUÇÃO
O
estudo sobre a natureza A da Igreja deve analisar aquilo que ela é em essência.
O que define uma igreja genuinamente cristã? Evidentemente que há muitas
características que mostram o que é uma verdadeira igreja. Contudo, para nosso
propósito aqui, trataremos apenas de algumas delas.
Por
isso, nesta lição, veremos que uma igreja genuinamente cristã é confessional,
ou seja, ela se fundamenta na Palavra de Deus; tem uma dimensão local e
universal, ou seja, existe tanto na forma visível como invisível; e,
finalmente, a igreja genuinamente cristã é una, isto é, não é dividida, pois
sem unidade não há Igreja.
I - A NATUREZA DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO
CONFESSIONAL
1.
Fundamentada na Palavra.
Uma
igreja verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de Deus. Nesse aspecto,
primeiramente, temos Cristo como a Palavra Encarnada, a Palavra Viva. No
princípio era a Palavra (Jo 1.1). Jesus é a Palavra que se humanizou, isto é,
Deus feito homem.
A
igreja bíblica possui Jesus Cristo como seu fundamento (Ef 2.20). Uma igreja
verdadeiramente bíblica é centrada em Jesus. Em segundo lugar, uma igreja
bíblica é fundamentada nas Escrituras Sagradas, a Palavra Inspirada. Se não
existe igreja verdadeira sem Jesus, da mesma forma não há igreja verdadeira sem
fundamentação bíblica (2 Tm 3.15). A heterodoxia, o desvio doutrinário e a
apostasia vêm pelo distanciamento e abandono da Palavra de Deus.
2. Habitada pelo Espírito.
A
Igreja é habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele. O Espírito
Santo é a força-motriz da Igreja. Na verdade, a obra do Espírito começa no seu
trabalho de convencimento do pecador. É o Espírito quem convence o ser humano
do pecado (Jo 16.8-11). É o Espírito Santo quem produz a obra da regeneração.
Quando o evangelista Lucas diz que o Senhor abriu o coração de Lídia (At
16.14), aí vemos uma obra poderosa do Espírito Santo trazendo o convencimento
para a salvação.
3. Quem faz parte da Igreja anda no Espírito.
Quando
alguém responde à mensagem da cruz, o Espírito de Deus produz nele a certeza da
salvação (Rm 8.16). Agora, regenerado, o cristão passa a andar ou ser dirigido
pelo Espírito (Rm 8.14). O fracasso na vida espiritual está no fato de não
andarmos na esfera do Espírito (Gl 5.16,17). O Espírito, portanto, habita o
crente; capacitando-o (At 1.8). Sem a capacitação do Espírito, a igreja é
inoperante e perde a sua essência.
SINOPSE I
Uma
igreja bíblica é fundamentada na Palavra Inspirada por Deus, habitada pelo
Espírito, dirigida e capacitada por Ele.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
DEFINIÇÃO DE IGREJA
Jesus assevera, em Mateus 16.18: ‘Edificarei a minha igreja’. Esta
é a primeira entre mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a
palavra grega primária para ‘igreja’: ekklesia, composta com a preposição ek
(‘fora de’) e o verbo kaleõ (‘chamar’). Logo, ekklêsia denotava originalmente
um grupo de cidadãos chamados e reunidos, visando um propósito específico. O
termo é conhecido desde o século V a.C., nos escritos de Heródoto, Xenofontes,
Platão e Eurípedes. [...] O uso secular do termo também aparece no Novo
Testamento. [...] Na maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais
sagrada e refere-se àqueles que Deus tem chamado para fora do pecado e para
dentro da comunhão do seu Filho, Jesus Cristo, e que se tornaram ‘concidadãos
dos santos e da família de Deus’ (Ef 2.19). Ekklêsia é sempre empregada às
pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar servir ao Senhor”
(HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2023, p. 536).
II - A NATUREZA DA IGREJA NAS SUAS
DIMENSÕES LOCAL E UNIVERSAL
1.
Local e visível.
Biblicamente,
podemos falar da Igreja em relação à sua dimensão espacial, isto é, em relação
ao local ou ao espaço geográfico. Ela pode ser vista e sentida. Nesse aspecto,
a Igreja existe localmente. Assim, vemos os apóstolos escrevendo suas cartas a
determinadas igrejas, situadas em diferentes locais: “à igreja de Deus que está
em Corinto” (1 Co 1.2); “aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia,
Ásia e Bitínia” (1 Pe 1.1). Nesses textos vemos as Escrituras se referindo à
ekklesia, à comunidade de crentes, situada em diferentes locais.
2.
As particularidades das igrejas locais.
Pelo
teor das cartas neotesta-mentárias, observamos que essas igrejas locais
possuíam suas particularidades. Os problemas encontrados em uma não eram
necessariamente os mesmos da outra (Fp 4.2,3 cf. 2 Ts 3.11,12). De igual modo,
as virtudes. Por outro lado, embora estivessem todas sob a supervisão
apostólica, observamos que eram autônomas uma em relação às outras. Assim
possuíam sua dinâmica própria. Um método que funciona em determinada igreja
pode ser inadequado em outra.
3.
Universal e invisível.
Assim
como a Igreja existe em sua dimensão local, existe também na sua dimensão
universal. Somos conscientes da existência da igreja local, pois dela fazemos
parte. Contudo, nem sempre é fácil se dar conta do aspecto universal da Igreja
porque nesse sentido, a Igreja não está limitada ao espaço geográfico ou
físico. Assim a Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos
regenerados que estão em todos os lugares e por aqueles que já estão também na
glória (Hb 12.23), não se limitando somente à dimensão terrena. Aqui, é
importante se diferenciar “Igreja” de “denominação”. Numa cidade, por exemplo,
pode haver várias denominações; contudo, somente há uma Igreja.
A
igreja é divina, as denominações são humanas. As denominações podem ser
temporárias, a Igreja não. As denominações podem desparecer, mas a Igreja é indestrutível
(Mt 16.18). Convém dizer que nem todo grupo que se diz cristão pode ser visto
como fazendo parte da Igreja Cristã. Há grupos que se autodenominam “igrejas”,
contudo, são sinagoga de Satanás (Ap 3.9). Entretanto, o que fará com que uma
igreja ou denominação seja cristã, é a sua fidelidade a Cristo e às Escrituras
Sagradas.
SINOPSE II
A
Igreja de Cristo se revela numa dimensão terrena e, igualmente, numa dimensão
espiritual.
III - A IGREJA NA SUA DIMENSÃO
COMUNITÁRIA
1.
A igreja é una.
Isso
significa que a igreja é indivisível. Na analogia onde compara a Igreja ao
corpo humano, Paulo deixa bem claro que uma igreja verdadeiramente cristã é
unida porque não pode haver divisão no corpo (1 Co 12.12). Jesus disse que um
reino dividido não subsistirá (Mt 12.25). Esse princípio se aplica à Igreja
também. O que o Diabo não consegue contra a Igreja por meio da perseguição, ele
consegue por intermédio da divisão. Devemos evitar, a todo custo, o
partidarismo, as preferências e os exclusivismos, se quisermos preservar a
unidade da igreja local (Ef 43).
2.
Unidade na Igreja.
Paulo
escreveu à igreja de Filipos: “completai o meu gozo, para que sintais o mesmo,
tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (Fp 2.2). Esse
texto mostra o anseio do apóstolo pela unidade da igreja que, como Corpo de
Cristo em sua forma coletiva, deve zelar pela unidade e, da mesma forma, cada
crente deve buscar isso.
3.
Diversidade na unidade.
Isso
reverbera o anseio de Jesus pela unidade dos seus discípulos (Jo 17). Ali há o
que os teólogos chamam de “unidade de essência”. Na Trindade, O Pai, O Filho e O
Espírito Santo são pessoas diferentes, com uma mesma essência, possuindo a
mesma substância e um só propósito. Da mesma forma, os cristãos devem buscar
esse tipo de unidade. Nesse aspecto, unidade não é uniformidade. Somos
diferentes, diversos, temos temperamentos distintos e maneiras diferentes para
fazer as coisas; mas, mesmo assim, somos um em Cristo Jesus para perseverar no
mesmo alvo.
SINOPSE III
A
igreja como Corpo de Cristo em sua forma coletiva deve zelar pela unidade e, da
mesma forma, cada crente deve buscar isso.
AMPLIANDO
O CONHECIMENTO
A IGREJA
“A palavra ekklesia se refere a uma reunião ou congregação de
pessoas que são chamadas ou convocadas e se reúnem com um propósito. No Novo
Testamento, a palavra designa basicamente uma congregação ou comunidade do povo
de Deus - as pessoas que aceitam a mensagem de Cristo, confiam a Ele suas vidas
e se reúnem como cidadãos do Reino de Deus (Ef 2.19) com o propósito de adorar
e honrar a Deus. A palavra ‘igreja’ pode se referir a uma congregação na igreja
local (Mt 18.17; At 15.4) (...) ou à igreja universal.” Amplie mais o seu
conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1650.
AUXÍLIO
DEVOCIONAL
“ENTENDENDO O TEXTO:
‘Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal'. Há três
temas que sempre sãos encontrados juntos em passagens do Novo Testamento.
O Corpo de Cristo, os dons espirituais e o amor. Há razões
importantes por que esses três temas são inseparáveis. O nosso relacionamento
com outros cristãos é definido pela participação conjunta em um único Corpo. O
nosso serviço aos outros cristãos é definido com o uso de nossos dons e
capacidades para servi-los. Nossa postura para com outros cristãos deve ser de
amor ativo e cuidado. Unidade, serviço e amor nunca estão separados na
Escritura. Sem unidade, não pode haver qualquer experiência de amor. Sem amor,
não pode haver qualquer experiência de unidade.
Cada um depende do outro. Se você amar e servir os outros, começará
a experimentar a unidade do Corpo de Cristo” (RICHARS, Lawrence O. Comentário
Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.787).
CONCLUSÃO
Chegamos
ao final de mais uma lição bíblica, a qual aborda a natureza da Igreja. Vimos
que não é possível nos referirmos a uma igreja como sendo cristã se
determinadas marcas ou características não estão presentes nela. Destacamos
aqui que a igreja local deve estar fundamentada na Palavra e habitada pelo
Espírito Santo. A Igreja também existe tanto local como universalmente. Não
está limitada nem pelo tempo nem pelo espaço. Ela existe para a eternidade!
REVISANDO O CONTEÚDO
1.
Qual é a principal característica de uma igreja verdadeiramente bíblica?
Uma
igreja verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de Deus.
2.
O que caracteriza uma igreja habitada pelo Espírito?
A
Igreja habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele.
3.
Como podemos falar da dimensão espacial da Igreja?
A
dimensão espacial da igreja diz respeito ao seu local ou ao espaço geográfico.
4.
Como a Igreja universal e invisível é formada?
Assim
a Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos regenerados que
estão em todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb
12.23).
5.
Explique a expressão “unidade de essência” em relação à Trindade.
Na Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas diferentes, contudo, com uma mesma essência. Possuem a mesma substância e um só propósito.
CURSOS BÍBLICOS PARA VOCÊ:
5) CURSO OBREIRO APROVADO - Clique Aqui