Quanto
à pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, são inferiores a Ele em cinco pontos.
"Ainda que por um pouco de tempo, Jesus fora feito um pouco menor do que
os anjos, por causa da paixão e morte" (SI 8.5; Hb 2.9).
Vejamos:
Os anjos são "criaturas" de
Deus, ainda que chamados
"filhos de Deus", contudo, não têm em si a condição original peculiar
ao Senhor Jesus.
O escritor aos Hebreus, salienta:
"Feito [Jesus] tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais
excelente nome do que eles" (Hb 1.4). Isso se prende ao fato de que eles
são chamados de "anjos"; Jesus é chamado de "Filho". Cristo
é o "Filho gerado" enquanto que os anjos são seres criados. Embora
eles tenham nomes e categorias, o nome do Filho excede a todos. Miguel, o
Arcanjo (Jd v.9), foi mencionado como um "dos primeiros príncipes" da
corte celestial (Dn l0.13), tanto Daniel como Lucas apresentam Gabriel como
"um príncipe embaixador da corte divina" (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26).
Mas a glória desses nomes angelicais fica empanada a
se desvanecer na infalível luminosidade daquele cujo "...nome é sobre todo
o nome" (Fl 2.9b).
Em razão da adoração, os anjos são
inferiores a Cristo;
eles são adoradores, enquanto que Cristo é adorado! Isto é depreendido nas
próprias palavras do Criador: "...E todos os anjos de Deus o adorem"
(Hb 1.6b). Este direito inerente ao Filho de Deus, o coloca acima deles.
As Escrituras dizem que os anjos são seres superiores aos homens: contudo, jamais em hipótese alguma, eles aceitam adoração; em lugar de os anjos serem objeto de adoração, eles são súditos que adoram Jesus Cristo. O apóstolo Paulo advertiu: "Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos..." (Cl 2.18a).
E no Apocalipse (19.10; 22.9) João é advertido pelo
próprio ser angelical: "...Olha não faças tal; porque eu sou conservo teu
e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora
a Deus". Portanto, o anjo, ou os anjos não são objetos de adoração como
João chegou a supor momentaneamente. Esta rejeição por parte do anjo, foi
certamente (além do respeito a Cristo) um golpe mortal, na prática gnóstica da Ásia Menor ao tempo em que João escrevia o livro do
Apocalipse.
As Escrituras apresentam os anjos como
sendo ministros da salvação; porém, descrevem nosso Senhor Jesus como autor da
salvação.
Isso certamente coloca
Cristo acima de qualquer posição angelical, pois "...em nenhum outro há
salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os
homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4.12b). E no contexto do
significado do pensamento diz Paulo: "Porque estou certo de que, nem a
morte, nem a vida, nem os anjos... nem alguma outra criatura nos poderá
separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor!" (Rm
8.38,39). Ora, isto apresenta Cristo como sendo Senhor dos próprios anjos. E
de fato, Ele foi feito mais excelente do que os anjos (Hb 1.4).
Os anjos foram criados; Cristo é
Criador: "Porque nele [Jesus]
foram criadas todas as coisas que há nos céus e na Terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades;
tudo foi criado por ele e para ele" (Cl 1.16; Hb 1.7-12). Como Criador, Jesus
é superior aos anjos, pois maior do que a criatura é aquele que a criou (cf. Is 45.9).
Os anjos são súditos; Cristo é o Senhor. Ora, tanto no passado como no presente, e, muito mais no
futuro, os anjos foram, são e serão súditos do reino de Deus, porém Cristo,
foi, é e será o Soberano Senhor (Hb 2.5-9).
Artigo: PR. Severino Pedro