
Ler
a Bíblia é uma empolgante aventura espiritual, emocional e intelectual. É um
convite para caminhar com o povo de Deus nas Escrituras e conhecer um Deus
tremendo. Deus nos convida a ter intimidade com Ele. Por intermédio do Espírito
Santo e das Escrituras, conhecemos um Deus amoroso, compassivo, gracioso,
rigoroso, santo e justo. Conhecer a Deus é uma jornada que dura a vida inteira.
Ler
a Bíblia é uma experiência transformadora. Pouco a pouco, o Espírito Santo
renova o nosso interior para que possamos amadurecer e crescer em graça e
diante de Deus e das outras pessoas. Nessa jornada, às vezes enfrentamos oposição
e contratempos. Não desanime; lembre-se e confie que “aquele que em vós começou
a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo” (Fp 1.6).
I. COMO LER A BÍBLIA
Afirmou
com muita precisão o teólogo Martin Anstey "A qualificação mais importante
exigida do leitor da Bíblia não é a erudição, mas sim a rendição; não a
perícia, mas a disposição de ser guiado pelo Espírito de Deus". Estudemos,
pois, a Palavra de Deus, conscientes de que o Senhor continua a falar-nos hoje
como outrora falava a Israel e à Igreja Primitiva. Devemos, por conseguinte:
1. Amar a Bíblia.
Nossa
primeira atitude em relação à Bíblia é amá-la como a inspirada Palavra de Deus.
Declara o salmista todo o seu amor às Escrituras: "Oh! Quanto amo a tua
lei! É a minha meditação em todo o dia" (Sl 119.97).
2. Ter fome da Bíblia.
Se
tivermos fome pela Bíblia, haveremos de lê-la todos os dias. Se é penoso passar
sem o pão de cada dia, como privar-se do alimento que nos vem diretamente do
Espírito de Deus - as Sagradas Escrituras? O profeta Ezequiel, tão logo
encontra a Palavra de Deus, come-a (Ez 3.3).
3. Guardar a Bíblia no
coração.
Ao
cantar as belezas da Palavra de Deus, o salmista confessa ternamente:
"Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti"
(Sl 119.11). Os leitores periféricos da Bíblia leem-na, mas dela se esquecem.
Não assim o suave cantor de Israel; mesmo fechando-a depois de seu devocional,
abria-a em seu coração.
4. Falar continuamente das
grandezas singulares da Bíblia.
Eis
o que Moisés prescreve aos filhos de Israel, a fim de que estes jamais venham a
se esquecer dos mandamentos do Senhor: "Estas palavras que hoje te ordeno
estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado
em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as
atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as
escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas" (Dt 6.6-9).[1]
II. O QUE É A MEDITAÇÃO BÍBLICA?
O
verdadeiro objetivo da meditação bíblica não é ajudar ninguém a fugir da
angústia de um divórcio, ou do dissabor de uma doença grave, escondendo-se em
um mundo fantasioso. Pelo contrário, a verdadeira meditação nos ajuda a aplicar
a verdade bíblica a circunstâncias difíceis ou estressantes.
Algumas
palavras descrevem a meditação cristã da Escritura: refletir, ponderar e até
ruminar. Assim como a vaca primeiro engole a comida para mais tarde
regurgitá-la e mastigá-la outra vez; também o crente, em seu momento de
reflexão, alimenta a memória com a Palavra de Deus e depois a traz de volta a
seu consciente, quantas vezes forem necessárias. Cada nova 'mastigação' produz
ainda mais nutrientes para o sustento da vida espiritual.
A
meditação, portanto, nada mais é que o processo de revolver a verdade bíblica
na mente sem parar, de forma a obtermos maior revelação do seu significado e
certificarmo-nos de que a aplicamos a nossas vidas diárias. J. I. Packer certa
vez disse que "meditar é despertar a mente, repensar e demorar-se sobre um
assunto, aplicar a si próprio tudo que se sabe sobre a obra, os caminhos, os
propósitos e as promessas de Deus. [2]
III. MOTIVOS PARA ESTUDAR A BÍBLIA
ü Para conhecer a Deus. Ele
criou o céu e a terra e tudo o que neles há (Gn 1—3).
ü
Conhecer
a Deus é ter vida eterna (Jo 17.3).
ü
Para
se deleitar em Deus e amá-lo. Medite no caráter, nos
princípios e nas promessas de Deus. Regozije-se em seu amor, cuidado e perdão
(Sl 119.12-18,160- 162; 1 Tm 6.17).
ü
Para
conhecer a Palavra de Deus. As Escrituras foram inspiradas por Deus.
Elas nos ensinam a verdade e nos mostram o que está errado em nossa vida. Elas
nos trazem esclarecimento (2 Tm 3.16).
ü
Para
entender o Verbo. Jesus é chamado de Verbo porque é a suprema
comunicação de Deus. Ele existia desde o início com Deus, Ele é Deus e criou
todas as coisas. Jesus disse que aqueles que o viram, viram o Pai (Jo 1.1-3; 10.30;
12.44,45; 14.7-9).
ü
Para aprender a ter direção na vida. A Bíblia nos mostra o que fazer (Sl 119.11).
ü
Para encontrar conforto e esperança. As
Escrituras nos dão encorajamento (Rm 15.4).
ü
Para deixar Deus expor nossos pensamentos e desejos mais
secretos. A Palavra de Deus nos ajuda a nos ver como realmente somos
e nos convence do pecado a fim de que possamos nos arrepender e mudar (Hb
4.12-16).
ü
Para
nos tornar puros e santos. Jesus orou para que todos os que cressem
nEle se separassem para Deus e seus propósitos santos (Jo 17.17-23).
ü Para obedecer ao Grande Mandamento.
Quanto mais conhecemos a Deus, mais podemos amá-lo. O Grande Mandamento é amar
a Deus com todo o nosso ser e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.29-31). E
Jesus nos deu um novo mandamento, de nos amarmos uns aos outros (Jo 13.34,35).[3]
[1] Claudionor
de Andrade
[2] HODGE,
K. A mente renovada por Deus. RJ: CPAD, 2002
[3]
Panorama da Bíblia - CPAD