1.
Jesus, o pão da vida.
O Senhor Jesus, por meio de
sua palavra, revela-se como a água e o pão da vida (Jo 4.13,14; 8.32; Ap 7.17).
Certa vez, Ele foi tão claro acerca de sua missão redentora, que levou alguns
de seus discípulos mais chegados a escandalizarem-se com o seu discurso (Jo
6.48-60).
O Senhor Jesus, como o pão
vivo, não se limitou a ficar no santuário, mas, encarnando-se, trouxe a
presença do Pai Celeste a toda a humanidade (Mt 1.23; Hb 1.3).
2.
Jesus, o pão de nossa comunhão com o Pai.
Jesus, como o pão vivo que desceu
do céu, não precisa ser trocado todos os sábados, como os pães da proposição
(Lv 24.8). Nosso Salvador, além de ser um sumo sacerdote infinitamente superior
a Arão, é o pão divino; e, do próprio sábado, é Senhor (Mt 12.8; Jo 6.41; Hb
7.17-25). Aliás, Jesus Cristo é o próprio Tabernáculo de Deus. Ao encarnar-se,
tornou-se semelhante a nós (Jo 1.14; Hb 9.11,12). E, com a sua morte e
ressurreição, fez-nos acessível o trono da graça, no qual, hoje, entramos
ousadamente (Hb 4.16).
3.
Dai-lhes vós de comer.
Hoje, ao proclamarmos o
Evangelho, outra coisa não fazemos senão alimentar os famintos com a Palavra de
Deus (Mt 28.18-20; Lc 9.13). Portanto, evangelizemos e façamos missões enquanto
há tempo. A fome espiritual nunca foi tão acentuada como nos dias de hoje (Am 8.11,12).
A um mundo faminto e
desesperançado, ofereçamos o que, de fato, pode sustentá-lo: a Palavra de Deus.
Soa-nos aos ouvidos, a ordem urgente e irresistível do Mestre: “Dai-lhes vós de
comer”. Se temos o Evangelho, por que retardar a evangelização de nosso bairro?
Se começarmos a falar de Jesus à nossa vizinha, em breve o nosso país experimentará
um grande avivamento. Não nos esqueçamos da Obra Missionária. Regiões, como o
Leste da Europa e o Oriente Médio, clamam por nossa intervenção.
UMA BREVE HISTÓRIA DO PÃO
Nas linhas a seguir,
esboçaremos rapidamente a história do pão que, conforme já dissemos, é o mais
universal dos alimentos. Nos mais diversos formatos e nos mais variados
sabores, é encontrado em todas as sociedades. Feito de trigo, de cevada ou de
milho, o pão orna a mesa do rico e não deixa de embelezar a mesa do pobre. Comecemos
por estudar essa palavra tão abençoada.
1.
A origem da palavra “pão”.
A palavra “pão”, em
português, origina-se do substantivo latino panis
que, por seu turno, provém de um termo antiquíssimo: pa, que significa nutrição. Para os romanos, acostumados ao amanho
do trigo, o pão é aquilo que nutre o homem. Acredito que, desse conceito,
ninguém discorda. Hoje mesmo, antes de assentar-me a escrever, precisei
alimentar-me com uma gostosa fatia de pão integral. A partir daí, ganhei forças
e disposição para dar sequência a este trabalho. Senhor, ajuda-me.
2.
A origem do pão.
A história tem o Egito como
a primeira padaria do mundo. Ali, às margens do Nilo, onde a fertilidade já era
proverbial há cinco mil anos, os trigais espalhavam-se do Alto ao Baixo Egito. E,
muito cedo, o egípcio veio a descobrir que o grão do trigo, se esfarinhado,
levedado e levado ao forno, transforma-se num alimento nutritivo e delicioso.
No Egito, havia mais de
trinta variedades de pães. Ovais, cônicos ou triangulares, eram tidos como a
iguaria predileta dos deuses. Conta-se que o Faraó Ramsés III (1194 – 1163
a.C.) teria ofertado aos ídolos mais de duzentos mil pães.
Os padeiros tornaram-se tão
requisitados no Egito, que não demoraram a organizar suas guildas e aquilo que,
modernamente, chamamos de sindicato. Eram orgulhos de seu ofício; exigentes ao
extremo. Às vezes, insuportáveis. Não foi sem motivo que o Faraó, nos dias de
José, filho de Jacó, mandou executar o seu padeiro-mor.
Antes de avançarmos, neste
tópico, ressalvamos que há uma leve controvérsia quanto à origem do pão. Para
alguns historiadores, este alimento teria surgido não no vale do Nilo, mas no
vale entre os rios Tigre e Eufrates. Mas, se perguntarmos a um chinês acerca da
proveniência do pão, é bem provável que ele nos responda que este não proveio
nem do Egito, nem da Mesopotâmia, mas apareceu no vale do rio Huang He. Não
obstante as controvérsias acadêmicas, o certo é que o pão aí está, em nossas
mesas, todos os dias. Obrigado, Senhor.
3.
O pão em Israel.
Antes mesmo de os israelitas
descerem ao Egito, precedidos por José e liderados por Jacó, o pão já fazia
parte da dieta hebreia. A primeira referência que aparece, na Bíblia, acerca do
pão é feita pelo próprio Deus ao disciplinar Adão: “No suor do rosto comerás o
teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao
pó tornarás” (Gn 3.19, ARA). Até aquele momento, o homem não havia precisado amanhar
a terra para arrancar dela o seu sustento; vivia da coleta exuberante do Éden.
No entanto, a partir do juízo divino, teria ele de trabalhar arduamente, a fim
de prover o seu pão diário.
Teria
Deus se referido indiretamente ao trigo ao mencionar o pão?
Vejamos o significado dessa
palavra no idioma original do Antigo Testamento. A palavra
hebraica lechem significa, além de
pão, alimento, refeição, comida, mantimento e, também, pão sagrado ou da
proposição. Quer direta, quer indiretamente, o Senhor alertava Adão de que, a
partir de agora, teria ele de processar arduamente o seu sustento diário. E,
nessa proposição, temos bem presente a palavra de Paulo aos irmãos de Tessalônica.
Aos desocupados daquela congregação, afirmou energicamente o apóstolo: “Porque,
quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também
não coma” (2 Ts 3.10, ARA).
Sem trabalho não há pão; a
agricultura é a base da riqueza das nações. Acostumados a uma dieta rica e
variada, os hebreus, já no final de sua estadia no Egito (cativeiro
escancarado), tiveram de adaptar-se a um cardápio pobre e ralo; subsistência
amarga. Nas panelas que lhes dava Faraó, havia carne e peixe; pão não havia. É
o que inferimos deste lamento proferido numa das apostasias de Israel no Sinai:
“Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos
melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos” (Nm 11.5).
Por que o rei do Egito não
lhes dava pão? Alimento destinado à comunhão social egípcia e à liturgia dos
templos faraônicos, o pão jamais poderia, no imaginário egípcio, ser destinado
a uma sociedade abominável e servil como a hebreia. Então, que o trigo do Nilo
fosse trazido a Rá-Atum, a Hathor e a Osíris. Quanto aos filhos de Israel, que
se contentassem com o refugo da mesa de seus amos.
De acordo com nossos padrões
nutricionais, a dieta descrita no murmúrio hebreu parece rica. Mas, se numa
mesa israelita faltasse o pão, nenhuma refeição estaria completa.
Libertos do cativeiro, os
israelitas puderam retornar à sua dieta. Como não havia trigo para alimentar
toda a multidão que atravessara o mar Vermelho, os levitas houveram por bem
reservar o trigo, que ainda tinham e que de alguma maneira produziam, ao uso
litúrgico. Para que o povo não viesse a desnutrir-se, proveu-lhes o Senhor o maná;
pão dos anjos comungado aos homens.
4.
O pão na Grécia.
O trigo começou a ser
processado como pão, na Grécia, quando as várias famílias helenas, chegadas do
Leste, por volta do século XII a.C, instalaram-se naquelas paragens, que, ainda
hoje, são acariciadas pelos ventos elísios. Para aquela gente de terra pobre e
mente rica, os cereais eram considerados um dom dos deuses. Ou, mais
propriamente, de uma deusa que, embora gentil e prestativa, era malcomportada e
vingativa.
Filha de Cronos e de Reia,
Deméter saiu pelo mundo, na companhia de Dionísio, a ensinar os homens a
plantar e a colher. Por isso, reverenciavam-na como a divindade responsável
pela agricultura. Em Roma, ela receberia outro nome: Ceres; daí a palavra
cereal. Por que os egípcios, gregos e romanos atribuíam o seu sustento a deuses
nulos e inúteis, e não ao Todo-Poderoso?
Que eles não ignoravam a
existência de Deus, todos o sabemos. Pelo menos os gregos, conforme a narrativa
lucana, haviam consagrado um altar ao Deus Desconhecido. Mas, tendo eles os
moradores de Heliópolis (morada dos deuses egípcios) e do monte Olimpo (albergue
das divindades gregas) como mais acessíveis, pois eram estes tão dissolutos e
imorais quanto aqueles, ignoravam os benefícios que, diariamente, recebiam do
Senhor.
Em seu discurso em Listra, o
apóstolo Paulo, depois de ser confundido com o deus Mercúrio, deixou bem
patente aos moradores daquela antiga cidade da Licaônia, que a subsistência de
todos os seres humanos depende unicamente do Deus Único e Verdadeiro, e não dos
ídolos que, a bem da verdade, não passam de coisas bizarras e grotescas:
Senhores,
por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos
sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos
convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; o
qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus
próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo,
fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração
de fartura e de alegria. (At 14.15,16, ARA)
Fonte: ANDRADE de.
Claudionor. Adoração, Santidade e Serviço. Os princípios de Deus para a sua
Igreja em Levítico 1ª edição: Abril/2018
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