Atributos divinos são as
perfeições de Deus reveladas nas Escrituras, perfeições próprias da essência de
Deus. Os atributos incomunicáveis, também conhecidos como absolutos ou
naturais, são os atributos exclusivos do Ser divino, como a eternidade, a
onipotência, a onisciência e a onipresença, entre outros. Diferem dos atributos
comunicáveis, em que há nos seres humanos alguma ressonância, como amor,
justiça, verdade etc. A Bíblia, no entanto, revela esses atributos
incomunicáveis em Jesus.
As Escrituras mostram de maneira clara e inconfundível a eternidade de Cristo, a sua pré-existência eterna. O profeta Miqueias, ao anunciar o nascimento do Messias na cidade de Belém de Judá, concluiu a mensagem dizendo: "[...] e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Mq 5.2). Isso revela que o Filho já existia antes da criação de todas as coisas. Em Isaías, Jesus é chamado de "Pai da Eternidade" (9.6); "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente" (Hb 13.8). Em qualquer tempo da eternidade passada, "os tempos antes dos séculos" (Tt 1.2), no passado remotíssimo, que a mente humana não pode alcançar, Jesus "era o Verbo", era o mesmo, o mesmo de hoje e de sempre, pois ele é imutável.
Além disso, lemos em João
1.3: "Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi
feito se fez"; ou "por intermédio dele" (ARA). O termo grego é
diá, "através de, por meio de, por causa de". Essa mesma palavra é
aplicada ao Deus-Pai em Romanos 11.36.0 texto joanino é claro e objetivo ao
mostrar que nada há nesse infinito universo que não seja criado pelo Senhor
Jesus.
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Cristologia - A Doutrina de Cristo – Clique
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O termo
"onipotência" significa "ter todo poder, ser todo-poderoso". A Bíblia ensina que Deus é Onipotente e Todo-poderoso. Um de seus
nomes revela esse atributo: El Shadai. Os cristãos reconhecem que Deus pode
todas as coisas: "Porque para Deus nada é impossível" (Lc 1.37). Deus
é chamado nas Escrituras de "Onipotente", como o Ser que tudo pode
(Sl 91.1); "nada há que seja demasiado difícil para ti" (Jr 32.27,
TB). A Palavra de Deus, no entanto, afirma ser o Filho, também, Onipotente,
isto é, Todo-poderoso. Jesus disse: "É-me dado todo o poder no céu e na
terra" (Mt 28.18). Jesus tem todo o poder no céu e na terra; em outras
palavras, não há nada no céu e na terra que Jesus não possa fazer; para ele não
há impossível.
A Bíblia ensina que Jesus
já possuía esse atributo antes de vir ao mundo (Fp 2.6-8). Após a sua
ressurreição, ele recuperou o mesmo poder e a mesma glória que tinha com o Pai,
antes que o mundo existisse (Jo 17.5). Jesus está "acima de todo o
principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia,
não só neste século, mas também no vindouro" (Ef 1.21). Isso quer dizer
que ele é o Todo-poderoso. Em Apocalipse 1.8, ele é chamado de Pantokrator, "Todo-poderoso",
equivalente a El Shadai, no Antigo
Testamento.
1. A ONIPRESENÇA DE JESUS
A palavra
"onipresença" não aparece na Bíblia; vem do latim omni, "tudo", e praesentia, "presença". Como
atributo divino, na teologia, a ideia indica precisamente a presença cheia de
Deus em todas as criaturas: "Em um alto e santo lugar habito e também com
o contrito e abatido de espírito" (Is 57.15).
A onipresença é o poder de
estar em todos os lugares ao mesmo tempo (Sl 33.13, 14; Pv 15.3; Jr 23.23,24).
Jesus é ilimitado no tempo e no espaço. Ele disse: "Porque onde estiverem
dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18.20).
E mais: "Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos. Amém" (Mt 28.20). Essas duas passagens mostram que Jesus está
presente em qualquer parte do globo terrestre, porque ele é onipresente. O
cumprimento das palavras de Jesus é encontrado na própria Bíblia: "E eles
tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e
confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém" (Mc 16.20), e
também hoje nos cultos e em nossa própria vida: no trabalho, na escola, no lar.
2. A ONISCIÊNCIA DE JESUS
A palavra
"onisciência" vem do latim omniscientia,
omni significa "tudo", e scientia, "conhecimento,
ciência". É o atributo divino para descrever o conhecimento perfeito e
absoluto que Deus possui de todas as coisas, de todos os eventos e de todas
circunstâncias por toda a eternidade passada e futura (Is 46.9,10). É o
conhecimento, a inteligência e a sabedoria em graus perfeito e infinito:
"Não há esquadrinhação do seu entendimento" (Is 40.28). Esse
conhecimento é simultâneo e não sucessivo.
A onisciência de Deus
excede todo o entendimento humano, é um desafio a nossa compreensão, mas é uma
realidade revelada: "tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta,
que não a posso atingir" (Sl 139.6, grifos nossos).
A onisciência é outro
atributo que só Deus possui, e, no entanto, Jesus revelou essa onisciência
durante o seu ministério terreno.
a) Exemplos da Onisciência de Jesus
Nós a vemos em João 1.47,
48, por exemplo, quando ele disse que viu Natanael debaixo da figueira.
Jesus sabia que no mar
havia um peixe com uma moeda, e que Pedro, ao lançar o anzol, a pescaria, e com
o dinheiro pagaria o imposto, tanto por ele como por Cristo (Mt 17.27).
Em João 2.24, 25 está
escrito que não havia necessidade de ninguém falar algo sobre o que há no
interior do homem, porque Jesus já sabia de tudo.
A Bíblia afirma que só
Deus conhece o coração dos homens (1 Rs 8.39), então Jesus é não somente
onisciente, mas também é Deus. Ele sabia que a mulher samaritana já havia
possuído cinco maridos, e que o atual não era o seu marido (Jo 4.17, 18).
Encontramos em João 16.30;
21.17 que Jesus sabe tudo; e Colossenses 2.2, 3 nos diz que em Cristo "estão
escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência". O Senhor Jesus
ouvia a oração de Saulo de Tarso enquanto falava com Ananias em Damasco (At
9.11). Não há nada no universo que Jesus não saiba, e tudo porque ele é
onisciente e é Deus.
b) Os demônios diante do Poder Jesus
Dessa forma, a força de
Satanás e a de seus correligionários se tornam cinzas diante da glória e do
poder de Jesus Cristo. Os demônios reconhecem que Jesus é mais forte do que seu
chefe e admitem que ele é o Filho do Deus Altíssimo (Mc 1.23-24; Lc 8.28). É de
se lamentar que muitas pessoas, até mesmo religiosas, ainda não saibam que
Jesus é o Filho de Deus.
Os demônios têm medo de
Jesus e estremecem diante dele (Tg 2.19); na verdade, ficaram completamente
neutralizados diante de Jesus de Nazaré. Na ocasião, o espírito imundo disse:
"Vieste aqui atormentar- -nos antes do tempo?" (Mt 8.29). Isto mostra
que a presença de Jesus é um tormento para o reino das trevas e também que esse
encontro serviu como um prenuncio da condenação final do diabo e seus anjos (Mt
25.41). Os demônios sabem que há um tempo determinado para o juízo divino sobre
as hostes infernais, e temem por isso.
Jesus tem autoridade para
isso porque ele é Deus. O Senhor Jesus manifestou seu poder sobre toda a
natureza, sobre o vento, sobre o mar, sobre a morte, sobre as enfermidades,
sobre o poder das trevas. Os demônios estremecem diante dele; eles são
obrigados a obedecer-lhe. Na passagem do gadareno, vemos que aqueles demônios,
ou pelo menos o porta-voz deles, suplicando, pediram três coisas: que não os
mandasse para outra região (Mc 5.10), que não os mandasse para o abismo antes
do tempo (Mt 8.29); e que permitisse entrar na manada de porcos que passava
pelo local na ocasião (Lc 8.32).
O poder de Satanás é muito
limitado diante do poder de Jesus. O inimigo de nossa alma não pode fazer o que
quer (Jo 1.12; 2.4-5). Os demônios fizeram este pedido porque não podiam
resistir ao poder de Jesus.
O Senhor conferiu aos seus
discípulos autoridade para expulsar demônios:
"Expulsai os demônios" (Mt 10.8). Esta é a ordem que recebemos do
Senhor. Jesus não entrevistou os demônios, apenas perguntou o seu nome. Isto
porque o demônio era obrigado a confessar publicamente quem era o responsável
pela miséria do gadareno. É claro que Jesus sabia perfeitamente com quem
tratava, mas queria que o povo ouvisse isso do próprio espírito imundo. Nós
devemos expulsá-los em nome de Jesus (Mt 10.8), e não manter diálogo com eles.
O diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Ninguém deve acreditar nem ficar
impressionado com as declarações dos demônios, porque eles são mentirosos.
Jesus perguntou como o
espírito imundo se chamava, e ele respondeu: "Legião é o meu nome, porque
somos muitos" (Mc 5.10). Uma legião romana era constituída de 6 mil
soldados. Ainda que o número de demônios não seja exato, ou que Legião seja uma
identidade, eles eram muitos. Eles são numerosos e poderosos, organizados e
batalhando sob uma mesma bandeira, a de Satanás. Lutam contra Deus e sua
glória, contra Cristo e seu evangelho, contra o cristão e sua santidade (Ef
6.10-12). O homem por si só não tem força suficiente para enfrentá-los. Todos
precisam de Jesus, da comunhão com ele, para dele receberem poder e assim
poderem expulsá-los, pois já vimos que ele nos deu essa autoridade (Lc
10.19-20).
Divulgação: www.escolabiblicaecb.com
Fonte: SOARES, Esequias/ SOARES, Daniele. Batalha Espiritual. O povo de
Deus e a Guerra Contra as Potestades do Mal. 1ª edição de 2018 - CPAD