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Os Três Atributos Absolutos de Deus

Atributo é uma característica essencial de um ser, aquilo que lhe é próprio. Os atributos de Deus são singulares e perfeitos. Só Ele os tem de modo absoluto.

Deus é uma Personalidade Divina que pode e quer se comunicar com a sua criação. A Bíblia manifesta os três atributos absolutos de Deus nesta sua comunicação, isto é, a sua onipresença, sua onisciência e sua onipotência.
1. Deus é Onipresente

A Bíblia fala da onipresença de Deus.

1.1. Que significa a onipresença de Deus?
Deus disse: "...Não encho eu os céus e a terra?..." (Jr 23.24b; SI 72.19). O rei Salomão disse na sua inspirada oração: "...Eis que os céus e até o céu dos céus te não poderiam conter..." (1 Rs 8.27). Isto fala da onipresença de Deus, a qual é possível porque Ele é Espírito (Jo 4.24).
Ele não está sujeito à matéria! Para Ele não existe espaço nem tempo. Ele se move com a mesma facilidade que o nosso pensamento, que num momento pode estar num lugar e no mesmo momento noutro lugar. Assim como o centro de uma circunferência está à mesma distância de qualquer ponto da periferia, assim também Deus está perto de qualquer ponto do Universo. A Bíblia diz a respeito de Deus: "...Seus olhos passam por toda a terra..." (2 Cr 16.9). Não existe, portanto um "deus nacional" ou um "deus local", porque Ele é o Deus do Universo. Por isto está escrito: "Ele não está longe de nenhum de nós" (At 17.27; Rm 10.6-8).

1.2. A onipresença de Deus

Não é uma obrigação imposta a Deus, que o acompanha, queira ou não, assim como a nossa respiração nos acompanha enquanto vivermos, Deus está onde Ele quer!

Nem tampouco significa a sua onipresença que Ele esteja na matéria, como os panteístas afirmam. Se Deus estivesse na matéria, ela então seria divina. Deus é o Criador e é Senhor sobre a sua criação. Ele habita nos céus, e Ele está onde quer.

A onipresença também não significa que enquanto uma parte de Deus está num lugar uma outra parte está num outro, etc. Deus é indivisível. Onde Ele estiver ali Ele está em toda a sua plenitude.


1.3. Qual é a aplicação prática da onipresença de Deus?

a) Deus está em todo o lugar: 'Os olhos do Senhor estão em todo o lugar..." (Pv 15.3a), "...e está vendo todos os filhos dos homens " (SI 33.13). Por isto não é possível alguém se esconder de Deus. ' 'Esconder-se-á alguém em esconderijos de modo que eu não o veja?..." (Jr 23.24a; 16.17; Am 9.2,3; SI 139.7-10). Deus vê e está presente, ainda que alguém diga: “O Senhor não nos vê'' (Ez 9.9; Hb 4.13).

b)  Deus está presente em todo o lugar, e por isso podemos chamá-lo para ser a nossa testemunha (Rm 1.9). A Bíblia diz: '...A testemunha no céu é fiel" (SI 89.37b). No caminho do Senhor, a sua presença irá conosco (Êx 33.14,15), e na sua presença há abundância de alegria (Sl 16.11).

c) Deus está presente na hora da angústia (SI 46.1; 86.15). Por isso a angústia do seu povo é também a angústia dele (Is 63.9). A ajuda de Deus está perto (SI 121.1-5).

d) A onipresença de Deus explica que Ele se manifesta quando os crentes se reúnem. "...Ele é a plenitude daquele que enche tudo em todos" (Ef 1.23 trad. rev.) Ele habita na sua igreja (1 Co 3.16; 2 Co 6.16). "...Os retos habitarão na sua presença' (SI 140.13b). "...Eis que estou convosco..." (Mt 28.20).

e) A manifestação de Deus na vida de oração é explicada, também, quando nos lembramos da sua onipresença. Ele está perto dos que o invocam (Sl 145.18; Is 57.15). Ele sabe o que precisamos antes de pedirmos (Is 65.24).' 'Que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o chamamos?" (Dt 4.7).


2. Deus é Onisciente

Nem pensamento nem cálculo algum podem fazer-nos compreender a onisciência de Deus (Sl 139.6; Jó 11.7-9; 42.2).

2.1.  A onisciência é um atributo que só Deus tem
"...Deus conhece todas as coisas" (1 Jo 3.20). "...O seu entendimento é infinito" (SI 147.5b). A sua onisciência não é resultado de seu esforço de aprender, ou coisa com que alguém o tenha favorecido. Não existe ninguém que tenha dado algo para aumentar o saber de Deus (Rm 11.35; Jó 41.11). Até o maior grau de sabedoria ou ciência que um homem possa atingir, tem tudo em Deus a sua origem (1 Co 4.7).

2.2. A onisciência de Deus abrange todo o passado

Não existe mistério nenhum no passado que para Deus já não esteja revelado" (Mt 10.26; 1 Co 4.5; Lc 8.17). Até todos os pecados ocultos "manifestam-se depois" (1 Tm 5.24). A única maneira de evitar esta "manifestação'' é em tempo pedir reconci­liação a Deus através do sangue de Jesus (1 Jo 1.7,9).

2.3. A onisciência de Deus abrange tudo no presente

a) Deus conhece tudo a respeito de todo homem. Davi disse: "...Tu conheces bem o teu servo, ó Senhor Jeová" (2 Sm 7.20b). Deus sabe o nosso nome e a nossa morada (Ap 2.13). Ele conhece a nossa estrutura (Sl 103.14) e os nossos corações (At 15.18; Lc 16.15), pois ele os esquadrinha (1 Cr 28.9), e conhece todos os segredos (Sl 44.21). Ele conhece os nossos pensamentos (SI 139.1- 4), e as nossas palavras (SI 139.4) e os nossos caminhos estão perante os olhos do Senhor (Pv 5.21; Jó 34.21). Ele até conhece o número dos nossos cabelos (Mt 10.30).

Assim Ele conhece as nossas necessidades (Mt 6.32; Lc 12.30), e tem a solução para todos os nossos problemas.

b) Deus também conhece tudo sobre a natureza. Sabe os nomes de todas as estrelas, coisa que astrônomo nenhum jamais pôde conhecer (Is 40.26; SI 147.4).

Até os passarinhos são conhecidos, e "nenhum deles está esquecido diante de Deus" (Lc 12.6; Mt 10.29).

2.4. A onisciência de Deus abrange também o futuro

Esta parte da sua onisciência é também chamada "presciência" (At 2.23).

a) Deus previu desde a eternidade a queda do homem, e providenciou no seu amor a solução para salvá-lo. Por isso está escrito: "...O Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo'' (Ap 13.8b). Na sua presciência, Deus já viu na eternidade o seu Filho entregue para ser crucificado (At 2.23; 1 Pe 1.18-20). Ele também viu a Igreja se levantar, como um fruto da morte de Jesus no Gólgota (Ef 3.1-10).

Nesta previsão, Deus que também conheceu os homens, e os predestinou para serem salvos por Jesus (Rm 8.29; Ef 1.4,5), isto é, por nenhum outro meio, mas só por Jesus (At 4.12), Ele chamou a todos para salvação. Assim somos eleitos segundo a presciência de Deus para obediência e aspersão do sangue de Jesus (1 Pe 1.2). Os que não aceitarem este único meio de salvação estão, por causa da sua rejeição a Cristo, predestinados ao julgamento e castigo. "...Mas quem não crer será condenado" (Mc 16.16b).

Porém, ainda que Deus na sua presciência possa conhecer o futuro dos que rejeitarem o seu amor, isto não interfere no livre arbítrio do homem. Em tudo que depender de Deus, Ele está sempre a favor de todos os homens.

b) Deus também, na sua onisciência prevê os acontecimentos do futuro. Profecia é uma revelação do que Deus na sua previsão já sabia (Is 48.5).

Temos no passado muitos exemplos em que Deus previu e revelou o que haveria de acontecer. Conforme 1 Reis 13.2, um jovem profeta profetizou no ano 975 a.C. e aquilo se cumpriu no ano 641 (1 Rs 22.15). (Isto é, 334 anos depois.) Também em (Is 46.2-8), Isaías profetizou 712 a.C. o que se cumpriu no ano 536 a.C. (Ed 1.1.2). (Isto é, 176 anos depois.)

Vivemos na véspera de grandes acontecimentos. Todos eles Deus tem estabelecido pelo seu próprio poder (At 1.7) e são conhecidos desde a eternidade (At 15.18). Nada acontece por acaso, mas porque Deus assim determinou.

3. Deus é Onipotente
Para os homens que são limitados, é difícil compreender ou calcular a onipotência de Deus (Jó 5.9; 9.10; 26.14 e 37.2).

3.1. Deus é onipotente e tem poder ilimitado
O próprio Deus disse: "...Eu sou Todo-poderoso..." (Gn 17.1).
"Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?..." (Gn 18.14a). "...Eu sou o Senhor que faço todas as coisas..." (Is 44.24b). A Bíblia afirma: "...O poder pertence a Deus" (SI 62.11b). Jesus chamou a seu Pai de o Poder (Mt 26.64), e disse: "...Para Deus tudo é possível" (Mt 19.26), e "...as coisas que são impossíveis aos homens, são possíveis para Deus" (Lc 18.27b). O arcanjo Gabriel disse: "Para Deus nada é impossível" (Lc 1.37). Jó falou de Deus: "Eu sei que tudo podes!..." (Jó 42.2a).
A onipotência de Deus significa que o poder dele é ilimitado.

3.2. Como se manifesta a onipotência de Deus?

a) Deus não pode ser impedido por quem quer que seja! (Is 14.27; 43.13; Jó 11.10; Pv 21.30; Rm 9.18).

b) As leis da natureza não podem limitar a onipotência de Deus.
Ele é soberano e "faz o que Ele quer". (SI 115.3; 135.6). Ele está acima de todas estas leis (Na 1.3-6). Vejamos alguns exemplos em que os milagres de Deus foram contrários às leis da natureza: Deus fez as águas do mar ficarem como um muro (Êx 14.22), e as águas do rio Jordão como um montão (Js 3.13). Ele fez com que o ferro do machado flutuasse (2 Rs 6.1-6), e que o sol se detivesse no meio do céu (Js 10.13). Ele livrou Daniel do poder dos leões (Dn 6.22,23). Mandou a tempestade (Jn 1.4) e a fez cessar (Jn 1.15; SI 107.29 etc.).

c) Deus é poderoso para cumprir as suas promessas (Rm 4.21), e até "...chama as coisas que não são, como se já fossem" (Rm 4.17b). Deus, que é o Criador, tem ainda o seu poder criador em pleno vigor. Por isto não existem limites no seu poder de operar maravilhas, de cura, mesmo em casos sem nenhuma esperança humana.

3.3. A onipotência de Deus opera harmoniosamente conforme a sua vontade

a) Jamais existem contradições entre a sua natureza perfeita e o seu poder ilimitado.
Deus jamais faria coisa que fosse contrária à sua perfeita santidade. Ele que "tudo pode" (Jó 42.2), só faz o que lhe apraz (SI 115.3). "Tudo o que o Senhor quis ele o fez..." (SI 135.6a). Por isto existem coisas que o Onipotente não pode fazer: Ele não pode mentir (Hb 6.18; Nm 23.19; Tt 1.2); não pode negar-se a si mesmo (2 Tm 2.13); não pode fazer injustiça (Jó 8.3; 34.12). Ele é sempre santo em todas as suas obras (SI 145.17). Deus também não pode fazer acepção de pessoas (Rm 2.11; 2 Cr 19.7).

b) Deus também limita a sua onipotência, em respeitar o livre arbítrio do homem.
Somente aquele que quiser, toma de graça da água da vida (Ap 22.17b). Deus deixa ao homem a oportunidade de livremente se humilhar diante da sua potente mão (1 Pe 5.6).