A formação do cânon das Escrituras do Antigo Testamento foi longa e gradual. O Antigo Testamento exigiu cerca de quase dois mil anos para que fosse composto. Apesar de o Antigo Testamento não nos informar sobre o processo da canonização de seus livros, perfila de como foram preservados (Êx 24.3-8; 25.16; 40.20). Preservação, porém, não é canonização. Todavia, as duas ideias estão intimamente relacionadas. O extremo cuidado em preservar testifica do extremo valor dessas obras (Dt 31.26; 10.2; Js 24.25,26).
Foram cerca de três estágios
para que o cânon do Antigo Testamento chegasse à sua forma final:
1. A PROCLAMAÇÃO E FORMAÇÃO ORAL
DO CONTEÚDO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO (JÓ 1.18)
Nisto
a história da literatura hebraica é perfeitamente igual à de qualquer outro
povo, começando sempre sob a forma de tradição oral. Exemplos:
a)
História sobre a origem do mundo;
b)
Os anais dos reis;
c)
Os feitos dos heróis;
d)
As liturgias religiosas e os cantos sagrados, etc.
Todos
esses aspectos culturais foram transmitidos oralmente de geração a geração,
muito antes de serem postos em forma escrita (escritura). Não é necessário
frisar que as revelações ativas de Deus foram transmitidas verbalmente antes de
tomarem o formato que hoje conhecemos, e também, com a máxima probabilidade,
fizeram-se registros escritos de muitos fatos (Gn 26.5).
2. REDAÇÃO E COMPILAÇÃO DESSA REVELAÇÃO NA FORMA PRESENTE
A)
Moisés
Por
meio de Moisés, iniciou-se a “revelação autorizada”, isto é, a ordem divina
para que a revelação verbal fosse escrita (Êx 17.14; 24.4,7; 34.27; Dt 33.2).
Moisés utilizou-se da revelação ativa e da tradição existente (oral e escrita)
para compor o Pentateuco. Entretanto, observam-se inserções posteriores, que
serviam como adendo explicativo ou informativo (Êx 11.3; 16.35; Dt 34.1-12).
B)
Josué (1433 a.C.)
Josué
inseriu “[...] no livro da Lei de Deus” o concerto firmado com o povo Js
24.26).
C)
Samuel (905 a.C.)
Samuel,
sacerdote, profeta e também o último juiz de Israel, escreveu e pôs seus
escritos “perante o Senhor” (1 Sm 10.25). Isso sugere que seus escritos foram
depositados na Arca do Concerto com os demais livros sagrados ali depositados
(Êx 25.21; Hb 9.4).
Muitos
outros exemplos poderiam ser obtidos a partir do testemunho das Escrituras, a
saber:
1)
Isaías (770 a.C.): Faz referência ao período de formação do
Cânon (Is 29.18; 34.16);
2)
Jeremias (626 a.C.): registrou a revelação divina Jr 30.1,2;
36.1,2,28,32; 45.1);
3)
Zacarias (520 a.C.): ratifica a autenticidade do Cânon sagrado
(Zc7.12);
4)
Esdras (445 a.C.): selecionou e preservou os rolos sagrados,
determinando, dessa forma, o Cânon do Antigo Testamento. A Esdras é atribuída a
tríplice formação do Cânon Judaico (Tanach): Lei; Profetas; Escritos.
3. FIXAÇÃO E ACOLHIMENTO DO
CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
O
Antigo Testamento foi acolhido como canônico na cidade de Jabneh Jâmnia) em 90
A.D., tendo como figura destacada o rabino Yohanan Ben Zakkai, pertencente à
escola de Hilel — um grupo dentro da seita dos fariseus. O trabalho do concílio
foi apenas ratificar aquilo que já era aceito por todos os judeus por meio dos
séculos.
3.4.5 - Limites e Extensão do Cânon do Antigo
Testamento. Antes da fixação e acolhimento do Cânon do Antigo Testamento pelo
concílio dejabneh, por algum tempo, já havia sido reconhecido três divisões
dentro das Escrituras Sagradas: Lei; Profetas; Escritos (Lc 24.44).
Referência: BENTHO Esdras Costa | PLÁCIDO Reginaldo Leandro. Introdução ao estudo do Antigo Testamento, 1ª edição 2019, CPAD
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