E lamentável que os
chamados cristãos e teólogos liberais entendam que o catolicismo romano pode
ser discutido em nível teológico aceitável. A teologia romana é eivada de
heresias.
Vejamos algumas das principais distorções romanas através
dos séculos:
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1) A tradição e a Bíblia
A doutrina católica
romana afirma que a tradição e a Bíblia são as fontes de autoridade doutrinária
da Igreja. Tradição, segundo a Igreja Romana, é a Palavra de Deus não escrita
na Bíblia, mas transmitida oralmente de boca em boca, através dos séculos. Eles
tomam os escritos de Agostinho, Tertuliano, Cipriano, Ambrósio, Jerônimo, João
Magno, Tomás de Aquino e outros mais, além dos decretos papais, conhecidos como
bulas papais. A tradição se torna paralela às Escrituras Sagradas. É exatamente
esse erro que tem promovido os grandes desvios, adições e subtrações da Palavra
de Deus, o que é condenado biblicamente (Mt 15.6; 1 Co 11.2; 1 Pd 1.18; Mc
7.7-9 e Ap 22.18-19).
O valor da tradição é
inferior à Bíblia, porque só a Bíblia é a verdadeira revelação da soberania de
Deus ao homem. O valor da tradição é temporal e sujeito a mudanças, mas a
Palavra de Deus é eterna.
2) A missa
Foi a tradição da
igreja romana que criou e estabeleceu a missa, que é um culto que envolve um
aparato ritual exagerado com características pagãs. Na verdade, há a tentativa
de copiar o aparato ritual do culto judaico, do Antigo Testamento, que tem o
valor simbólico e histórico, mas o verdadeiro culto cristão está livre desse
aparato.
A missa é, na
verdade, a celebração do sacrifício eucarístico, onde se cultua o sacrifício de
Cristo como um ato de transubstanciação, ou seja, os elementos do pão (hóstia)
e do vinho são milagrosa e literalmente transformados no corpo e no sangue de
Jesus (sic). Daí acreditarem e ensinarem a salvação através do “santíssimo
sacramento”.
Portanto, a doutrina
da missa ou eucaristia é um desvio da doutrina bíblica da Santa Ceia, que trata
o evento apenas como um memorial para a edificação espiritual dos crentes.
Quando faz a missa, a igreja romana entende que pode repetir o sacrifício
singular de Cristo no Calvário, o que é absurdo.
3) Adição dos livros apócrifos ao
Cânon das Escrituras
Quando formou-se o
Cânon das Escrituras, especialmente pelos pais da Igreja, a Bíblia hebraica não
continha esses livros, os quais só apareceram posteriormente, na Septuaginta.
A palavra apochriphos significa escondido,
espúrio, impuro. Em 1546, o Concílio de Trento resolveu oficializar a inclusão
na Bíblia de sete livros e quatro acréscimos aos livros canônicos, como, por
exemplo, acréscimos ao livro de Ester e ao livro de Daniel. Portanto, o que os Pais
da Igreja inicialmente rejeitaram como escritos não inspirados a igreja romana
se achou no direito de acrescentar à Bíblia.
4) Papado
A ideia partiu de uma
interpretação equivocada do papel do apóstolo Pedro na Igreja Primitiva.
Instituíram que Pedro foi o primeiro papa da Igreja, a autoridade espiritual
máxima da igreja romana. Os sucessores de Pedro são chamados de sumo pontífice
ou papa, porque entendem que o sucessor de Pedro na Terra é o vigário de Jesus
Cristo na Terra e o chefe visível da Igreja.
Na verdade, o papa
toma o lugar do Espirito Santo na vida da Igreja. Do ponto de vista bíblico, o
sumo pontífice da Igreja é Jesus Cristo (1 Pd 5.4). Ele é o caminho entre Deus
e os homens (Jo 14.6 e 1 Tm 2.5). O vigário de Jesus Cristo na Terra é o Espírito
Santo (Jo 14.16-18). O chefe da Igreja é Jesus Cristo, não o papa (Mt 24.23-24
e Ef 1.20-23). A infalibilidade do papa é outro absurdo da doutrina romana,
pois todo homem é falível (Rm 3.3-4 e Mt 23.9-11).
5) A idolatria a Maria e a outros
santos
Maria, a mãe de
Cristo, foi uma mulher bem-aventurada, porque deixou-se ser instrumento de Deus
para manifestar o braço divino ao mundo. Entretanto, Maria, a despeito do valor
da sua vida, nunca esperou qualquer culto para si, mas sempre cultuou ao Filho,
que entendeu ser o Filho de Deus.
As honrarias e
títulos dados a Maria tiram o seu privilégio de ser, tão somente, a mãe do
Salvador, nada mais. Quando a intitulam “mãe de Deus”, contrariam a doutrina
acerca da divindade. Dão a ela atributos de divindade que só pertencem à
Trindade. Dão a Maria poderes de salvar, perdoar, expiar culpa de pecados; o
papel de mediadora, quando há um só Mediador (1 Tm 2.5). Atribuem a ela
virgindade, mesmo depois de ter gerado filhos (Mt 1.25 e Mc 6.3-4; 4.31-35).
Ao longo da História,
a idolatria a Maria e a outros personagens históricos do cristianismo tem
desviado as orações, que não são feitas mais a Deus, mas a santos. Além disso,
equivocam-se os católicos quando entendem que os santos são todos aqueles que
praticaram boas obras e já estão mortos. A Bíblia identifica como santos todos
aqueles que professam o Senhor Jesus Cristo e vivem de acordo com a sua
Palavra. Os vivos em Cristo, isto é, os regenerados pelo Espírito Santo, são os
que vivem posicionalmente como santos e, progressivamente, se aperfeiçoam na
santidade (Jo 1.12; 1 Co 1.1-2 e Jo 3.3).
Publicação: www.escolabiblicaecb.com | Fonte: Jornal Mensageiro da Paz, Março de 2014. | Artigo: Elienai Cabral