
Os
seres humanos possuem uma natureza complexa e duplamente composta: uma física
(o corpo) e outra espiritual (a alma e o espírito). Leia atentamente, mais uma
vez, 1 Tessalonicenses 5.23. Para vivermos neste mundo, necessitamos da
plenitude de nossa constituição. Se uma apartar-se da outra, morremos (1 Rs
17.21,22).
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1.
O homem é um ser complexo.
A
natureza humana, devido à sua composição, é diferente da divina e da angélica.
Tal diferença, porém, não as torna antagônicas. Na verdade, elas são
interativas e harmônicas. A História Sagrada mostra que podemos interagir tanto
com Deus quanto com os anjos. Os contatos com os seres angélicos, todavia, nos
são facultados apenas em ocasiões especiais; não precisam ser rotineiros. Se
viermos a invocá-los ou a adorá-los, cairemos numa perigosa idolatria (Cl
2.18).
Nossa
complexa natureza, apesar de limitada, faculta-nos o acesso tanto ao mundo
físico quanto ao espiritual. Por meio dos órgãos sensoriais do corpo, nossa
alma (e com ela, o espírito) interage com o universo material. E, por
intermédio dos sentidos do espírito, entramos nos domínios divinos. Portanto, o
corpo, a alma e o espírito são imprescindíveis à nossa permanência neste
mundo.
2.
O homem é um ser duplamente composto.
A
tricotomia[1] humana
é duplamente composta. Possuímos um elemento material — o corpo físico — e dois
elementos imateriais — a alma e o espírito. Acham-se esses três componentes de
tal forma entretecidos em nosso ser, que não sabemos onde começa um e termina o
outro. Só vamos perceber a separação entre a substância física e as imateriais,
quando a alma, juntamente com o espírito, deixar-nos o corpo. Quando isso
ocorre, dá-se o fim temporário de nossa constituição material, que voltará à
vida ressurreição dos mortos.
Se
a união entre as partes material e imateriais é perfeita, o que diremos da
junção entre a alma e o espírito? Acham-se esses tão unidos e
apegados um ao outro, que, conforme podemos sentir em nós mesmos, são absolutamente
inseparáveis. Não há fronteiras nem limites entre ambos; são mais do que
siameses. Somente a Palavra de Deus, com a sua singular agudeza, pode vir a
separá-los (Hb 4.12). Nessa operação, a espada do Espírito Santo, bigume e
penetrante, é infalível e cirúrgica.
a)
A alma
De
acordo com a doutrina bíblica, a alma é a substância imaterial do homem. Dotada
de vida própria, mas em perfeita junção com o corpo, é capaz de sobreviver à
nossa morte física. Na conhecida história do rico e Lázaro, narrada por nosso
Senhor, a alma do justo foi recolhida à morada divina, ao passo que a do
injusto e mau foi aprisionada no Inferno (Lc 16.19-30).
Na
Bíblia, a palavra “alma” é apresentada, às vezes, como sinônimo de vida, pessoa
e sangue (Jó 27.8; Êx 12.4; Lv 17.11, 13,14). Noutras ocasiões, é vista como a
sede de nossas afeições e sentimentos (Gn 34.8).
O
termo hebraico nephesh carrega todas essas acepções.
No grego do Novo
Testamento, a palavra “alma” é mais específica do que a sua congênere hebraica.
Mesmo assim, a palavra psychē comporta várias significações. Aparece
como a parte imaterial do homem, a vida natural do corpo, a sede da
personalidade e de nossa vontade (Mt 2.20; 10.28; Lc 9.24; At 4.32).
Através da alma, o ser
humano se expressa e tem acesso ao mundo que o cerca. Para que isso seja possível,
a alma serve-se dos órgãos sensitivos (Lc 11.34). E, por intermédio desses, o
homem carnal deixa-se atrair pelas concupiscências da carne e dos olhos (Tg
1.13,14). Por isso, o Senhor decreta: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez
18.4). O pecado começa na alma e contamina o espírito e o corpo. Por isso, o
apóstolo recomenda a completa santificação de nosso ser (1 Ts 5.23).
b)
O espírito Humano
Em termos simples, o
espírito compõe, juntamente com a alma, a parte imaterial do ser humano. Embora
distintos um do outro, não podem separar-se; somente a Palavra de Deus é capaz
de alcançar a divisão entre ambos (Hb 4.12). Em virtude de suas faculdades, o
espírito humano atua como a sede de nossas afeições espirituais (Sl 77.3,6).
O termo hebraico ruwach
aparece traduzido, nas versões clássicas da
Bíblia, como a palavra
“espírito”. Este vocábulo, quando bem interpretado, denota a sede de nossos
sentimentos espirituais (Jó 6.4).
Nosso espírito, devido
à sua proximidade com Deus, é a primeira substância de nossa composição que
redemos ao Pai Celeste na hora terminal (Sl 31.5). Assim agiu Estêvão e o
próprio Cristo (Mt 27.50; At 7.59).
É por meio de nosso
espírito que nos comunicamos com Deus (Ap 1.10). Foi no espírito que o
evangelista recebeu a mensagem do Apocalipse. Paulo sempre esteve, em espírito,
em perfeita comunhão com Deus e com os irmãos (1 Co 5.4).
c)
O corpo Humano
Corpo é a estrutura física
de um organismo, capaz de sustentar-lhe a vida e possibilitar-lhe a interação
com o ambiente que o cerca. Essa definição pode ser aplicada tanto ao corpo dos
animais como ao nosso.
O corpo humano,
biblicamente considerado, transcende os limites fisiológicos e clínicos, pois a
sua função não termina com a morte física. Na ressurreição, retornará à vida,
já numa outra composição — espiritual
e indestrutível —, a
_m de receber as recompensas eternas.
Nas
Escrituras Sagradas, o nosso corpo é descrito como o templo do Espírito Santo
(Sl 51.11;1 Co 6.19). Conclui-se, pois, que o corpo humano não é irremediavelmente mau. Em Jesus
Cristo, pode ser salvo, redimido, santificado e glorificado. Quando nos santificamos,
Deus é glorificado em nossa carne (Jó 19.26). Quando aceitamos Jesus, opera Ele
em nosso ser uma redenção completa: salva-nos o espírito, a alma e o corpo,
pois esse é o templo de seu Espírito.
3.
A transitoriedade da complexidade humana.
A
tricotomia humana não é permanente; é temporária adequada apenas à nossa
existência terrena. Após a ressurreição, teremos um novo corpo — indestrutível
e espiritual; não mais a tricotomia, mas a simplicidade. Enfim, seremos iguais
aos anjos (Lc 20.34-36).
Quando
isso acontecer, corpo, alma e espírito fundir-se-ão numa única composição. E,
nessa realidade, os justos passarão a desfrutar das bem-aventuranças eternas ao
lado do Pai Celeste. Os injustos e maus serão lançados no Lago de Fogo, onde já
estarão a Besta, o Falso Profeta, o Diabo e os seus anjos; o tormento será
eterno.
Artigo: PR. Claudionor de Andrade | Adaptação: Site: Escola Bíblica ECB
[1]
A expressão tricotomia indica uma divisão em três partes; cada qual com sua
função específica. O termo também se
aplica à Teologia para designar a interpretação de que o homem compõe-se de
três partes distintas: o espírito, a alma e o corpo (1 Ts 5.23; Hb 4.12).