INTRODUÇÃO
O desenvolvimento tecnológico, as
novas leis e a pós-modernidade têm provocado mudanças na sociedade moderna, que
precisam ser vistas e tratadas com cuidado, porque podem causar rupturas nos
valores e princípios da família [Is 5.20].
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1. O mau uso
dos meios de comunicação
A família cristã deve estar
precavida contra os assédios produzidos pela mídia, pois neles está contido
todo tipo de carnalidade. O mau uso dos recursos tecnológicos pode ser um
veneno mortal para os cristãos que não estão alicerçados na Palavra de Deus
[1Ts 5.21].
1.1. As redes sociais.
Parece que a tendência é a
redução da comunicação verbal entre os membros da família, porque geralmente
estão ocupados com seus celulares, como que hipnotizados [1Co 6.12]. É incrível
como crianças com até menos de dez anos já possuem celular, já têm Facebook,
Instagram, Twitter, WhatsApp, canais no YouTube etc. As redes sociais podem ser
uma bênção para todos nós se soubermos usá-la, sempre filtrando o que é bom
daquilo que é ruim [Mt 6.22]. Mas, infelizmente, não é assim. Muitos jovens e
adolescentes de nosso tempo se tornaram reféns da pornografia e da imoralidade
[1 Jo 2.16].
H Subsídio do Professor: A
família não pode ficar apática ou indiferente à realidade das redes sociais.
Assim, é importante procurar entender como usá-las para benefício da sociedade
e para a glória de Deus [1Co 10.31]. Quantos pais acompanham sistematicamente
seus filhos nas redes sociais? O professor Ricardo Marques, em palestra sobre a
relação entre as tecnologias e comportamento humano, disse em 2016: “60% das
crianças brasileiras têm perfil em redes sociais (...) 9 anos é a média de
idade que uma criança entra na internet (...)”. É um perigo deixar os filhos
terem acesso indiscriminado ao conteúdo das redes sociais sem um
acompanhamento.
1.2. A televisão.
Não é pecado ter uma TV. Pecado é
permitir que programações ilícitas, pecaminosas e avessas à verdade de Deus e
Sua santidade tenham livre acesso em nossos lares, como se fossem coisas
comuns. Com o progresso da TV a cabo e da tecnologia de satélite, todo esse kit
de pecado pode ser levado para as casas. Os roteiros das novelas parecem fazer
apologia ao adultério e à fornicação. Apresentam o amor entre dois homens ou
duas mulheres como algo extremamente normal. Isso sem contar a violência, a
licenciosidade, a leviandade e, até mesmo, mensagens subliminares para os mais
diversos fins [Gl 5.16; 1Pe4.2].
O
Pr. Elinaldo Renovato escreveu sobre como usar o televisor no lar cristão: “Os pais podem ajudar sua família a não ser escrava da TV
secular, de maneira sábia e eficaz, adotando algumas das providências sugeridas
a seguir:
1) Procurar controlar o uso do aparelho de televisão;
2) Determinar o horário em que os filhos podem assistir TV;
3) Procurar ocupar o tempo da família com atividades
interessantes; 4) Fazer o culto doméstico todos os dias;
5) Dedicar mais tempo para dar atenção aos filhos”.
1.3. A dependência da Internet.
De acordo com Sandra Kiefer, em
matéria do jornal Estado de Minas: “O Brasil já conta com 22 milhões dos
chamados nativos digitais, nascidos e criados a partir da década 1980, na era
dos games e da internet”. A série de reportagens do jornal sobre o problema
revela que muitas crianças e adolescentes nunca estiveram tão desconectados do
mundo. Parecem hipnotizados por seus aparelhos móveis, perdendo a vontade de
estudar, de brincar ao ar livre e até de conversar entre si e com os
familiares, sem intermediação das telas.
Além dos distúrbios
provocados pelo vício da Internet, a pornografia, pedofilia e o envolvimento
com pessoas desconhecidas são assuntos que rodeiam o dia a dia de nossos jovens
e adolescentes. O namoro via Internet e até o tráfico de drogas são um perigo
iminente para os nossos jovens. Se não formos rigorosos no controle destes
veículos, consentiremos que eles influenciem os lares e causem danos
irreparáveis aos nossos [Dt 7.26; SI 101.2-4].
2. Leis e desafios do presente século
Sem o temor a Deus, os homens
estabelecem leis que defendem inteiramente seus interesses pecaminosos. Entre
as mais novas leis que já vigoram em muitos países, estão: a legalização do
aborto, a legalização da prostituição e o casamento de pessoas do mesmo sexo
[SI 11.3; Jr 3.30; 6.15],
2.1. O aborto.
A pressão da cultura contrária
aos princípios bíblicos rodeia a Igreja, como no caso do aborto. Porém, é
preciso que todo cristão tenha em mente que a questão do aborto envolve as
doutrinas bíblicas sobre Deus e a humanidade [At 17.24-28]. Cremos que a vida
de um ser humano começa no momento da concepção ou fecundação [SI 139]. O
próprio Jesus, ao assumir a forma humana, se identificou com o ambiente do
ventre materno. Assim, o aborto é o “quebrantamento da sacralidade da vida”,
pois a ordenança divina é “não matarás” [Êx 20.13; Mt 5.21], O Didaquê, obra
preparada provavelmente entre 70-100 d.C., visando instruir os cristãos acerca
de vários assuntos, em seu segundo mandamento, condena o aborto e o
infanticídio.
O Pr. Douglas Baptista escreveu: “Na legislação brasileira atual, o aborto é permitido nos
casos de risco de morte à mulher e estupro (Art. 128, CP). Também é permitido a
prática do aborto nos casos de anencefalia, conforme decisão do Supremo
Tribunal Federal - ADPF n. 54. Nos demais casos o aborto ainda é crime (Art.
124, CP). Contudo, em novembro de 2016, a 1a Turma do Supremo Tribunal Federal
(STF) - em julgamento de uma ação movida pelo Ministério Público envolvendo
pessoas de Duque de Caxias (RJ) com a prática do crime de aborto consentido
pela mãe - considerou que aborto até os três meses não é crime, abrindo um
precedente para a descriminalização, apesar da decisão ter efeito
exclusivamente para o caso de Duque de Caxias”.
2.2. O grande número de divórcios.
Os sistemas jurídicos de quase
todos os países ocidentais já não apoiam o matrimônio. Atualmente, o divórcio é
concedido de maneira rápida e fácil. Deus criou o casamento para ser uma união
permanente [Mt 19.6], Infelizmente, a incompatibilidade, a ausência de diálogo,
a falta de unidade de propósitos e a infidelidade conjugal se alastraram no
seio familiar e o divórcio se tornou uma tragédia comum até mesmo nos lares
cristãos. Segundo o Pr. Eliezer de Lira e Silva: “O divórcio também pode ser
visto como um problema espiritual que está relacionado às consequências da
natureza carnal, do pecado e do endurecimento dos corações” [Mc 10.5].
O Pr. Cláudio Duarte escreveu: “A naturalidade com que é tratada a separação faz com que
muitos casais não busquem solução para superar suas crises conjugais. Esse
cenário, aliado à negação dos princípios bíblicos e à superficialidade dos
relacionamentos, é o resultado de uma geração que está perdendo o temor a Deus
e o zelo por Sua Palavra”. John Stott aponta que o aumento do número de
divórcios “é o declínio da fé cristã no Ocidente, juntamente com a perda de
compromisso com a visão cristã de santidade e permanência do casamento e o
crescente ataque de conceitos não cristãos a temas como sexo, casamento e
família”.
2.3. Aliança entre a luz e as
trevas.
A Bíblia é muito clara quando
fala acerca do jugo desigual [2Co 6.14]. O ciclo de amizades cristãs deve ser
diferente, os locais e diversões cristãs também. É claro que estamos no mundo,
mas isso não nos dá o direito de ser como o mundo [1 Jo 2.15]. Muito contribui
no período que antecede o namoro e o casamento que o cristão invista em oração,
diálogo e observação, além de evitar envolvimento com uma pessoa não convertida
[SI 119.63], Não há garantia de que a pessoa não nascida de novo, após se casar
com um cristão, se tornará uma discípula de Cristo. A experiência tem
demonstrado isso. Infelizmente, por vezes, o que ocorre é o esfriamento
espiritual daquele que professa a fé em Cristo.
Leonora Ciribelli escreveu: “Muitos optam por se casar sem se darem conta do quanto a
escolha do cônjuge é mais do que a de um companheiro. Para se casar é preciso
ter propósito, saber por que Deus pensou o casamento. Infelizmente, muitos, por
medo da solidão, ou pensando que o casamento será o remédio para a felicidade,
negociam este princípio inegociável: ter alguém que esteja disposto a
glorificar a Deus e a refletir a sua imagem. Casar-se com alguém que busca
viver como Jesus não o isentará de passar por perdas, dores, problemas, mas
fará toda a diferença”.
A falta de temor a Deus faz com
que os homens estabeleçam leis que defendam seus interesses pecaminosos. A
legalização do aborto, o grande número de divórcios e a aliança entre a luz e
as trevas, por exemplo, são alguns dos desafios do presente século.
3. Recuperando valores perdidos
Lucas registra a história de uma
mulher que possuía dez dracmas e perdeu uma delas “dentro de casa” [Lc 15.8].
Essa parábola, no contexto da presente lição, nos faz lembrar da importância
dos valores e nos estimula a procurar com diligência.
3.1. A família e os valores cristãos.
Mesmo que a sociedade tenha
mudado, a Palavra de Deus não mudou e seus valores estabelecidos para o
matrimônio continuam os mesmos. Eles são inegociáveis e mantê-los significa
prevenção e sobrevivência para a família [1Tm 4.1-3]. Os valores são princípios
que nos ajudam a construir e a melhorar nossa qualidade de vida. A Bíblia fala
de coisas perdidas dentro de casa [Lc 15.8], Caso não sejam recuperadas, outros
valores podem se apoderar de nossas famílias, causando grandes prejuízos [SI
11.3].
Gilmar Vieira Chaves escreveu: “Na família apreende-se os primeiros valores, enquanto a
criança está crescendo e se desenvolvendo, principalmente nos anos mais tenros.
Os pais, com mais intensidade, e os irmãos mais velhos, de modo secundário,
exercerão esta influência no aprendizado e fixação dos valores na criança”.
3.2. Buscando e mantendo os valores cristãos.
A parábola da dracma perdida
também nos traz à mente a responsabilidade do compromisso com o que nos foi
entregue, de coisas que não podemos abrir mão [Lc 15.8-9]. Precisamos ser
diligentes para manter nossa casa iluminada pela Palavra de Deus e ação do
Espírito Santo, pois o mundanismo tem entrado nos lares através das novelas, da
Internet e das redes sociais.
3.3. Responsabilidade dos pais na transmissão dos valores.
Nas mãos de pais responsáveis,
crianças são educadas para serem cidadãos responsáveis. Quando os pais definem
padrões de moralidade e são modelos vivos desses padrões, os filhos crescem
tendo diante de si não apenas conceitos, mas referenciais de vida [Pv 1.8].
Quando os pais os cobrem de atenção, carinho e de disciplina, eles crescem
equilibrados e emocionalmente saudáveis.
O Pr. Cláudio Duarte escreveu: “Aquilo
que um pai e uma mãe fazem tem mais impacto sobre os filhos do que qualquer
palavra que lhes digam. É fundamental, portanto, que as ações dos pais sempre
estejam alinhadas com suas palavras. Lucas, por exemplo, destacou que Jesus
ensinava, mas também fazia [At 1.1], (...) O método de ensino mais utilizado
pelos judeus era o treinamento prático.”.
CONCLUSÃO
O inimigo deseja destruir a
sociedade. Para tanto, ele tem atacado ferozmente a base da sociedade: a
família! Como cristãos, precisamos permanecer firmados na Palavra de Deus,
vigiando, orando e buscando a indispensável ajuda do Espírito Santo no enfrentamento
dos diversos desafios atuais.
Estudo: Pr. Abner Ferreira