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SUBSÍDIOS EBD - 1 O Avivamento Espiritual (1° Trimestre de 2023)

Subsídios Bíblicos para a Lição dos Adultos (CPAD).  1° Trimestre de 2023

Subsídio: Elinaldo Renovato de Lima

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Nos dias presentes, mais do que nunca, a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo necessita de avivamento espiritual.

Neste comentário, nossa atenção estará em parte voltada ao texto de Ageu 2.1-9, que registra um período de grande frieza espiritual no meio do povo de Israel. O próprio Deus cobrou do seu povo a reconstrução do Templo, que fora destruído como consequência da desobediência aos seus mandamentos. O Senhor deu um grande incentivo ao povo quando este se pôs a trabalhar com afinco para a reconstrução do santuário. E Deus deu uma promessa gloriosa de avivamento para o seu povo: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos. A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.8,9).


I - O QUE É AVIVAMENTO ESPIRITUAL


1.    O que É Avivamento

Na maioria dos dicionários bíblicos,não há definição para essa palavra. Todavia, certamente a encontramos em dicionários diversos. “Avivamento é o ato de se avivar, ou seja, de se tornar mais vivo, mais ativo, mais intenso, despertado e nítido. Este é um termo bastante usado no âmbito religioso para se referir ao período de renovação espiritual.”^

2.    Avivamento Espiritual

Pode haver avivamento em âmbito não espiritual, por exemplo: avivamento nas artes, na cultura e em outras áreas, embora o termo não seja usual nesse sentido. Avivamento espiritual é, porém, uma intervenção de Deus que só tem lugar quando o Espírito Santo encontra espaço no coração de uma pessoa, de um grupo, de uma cidade ou de uma nação e, mais ainda, quando uma igreja volta-se para Deus, buscando a sua presença de maneira intensa e profunda, visando alcançar mudanças e transformações na realidade espiritual. Quando o avivamento cessa depois de algum tempo, faz-se necessário nova busca pelo poder de Deus, provocando o que podemos chamar de reavivamento espiritual.

3.    Pré-Condição para o Avivamento: a Existência de uma Situação Indesejável

Deus disse a Salomão: “Se eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo” (2 Cr 7.13). Esses acontecimentos trágicos sempre aconteceram, perturbando Israel por causa do pecado e da desobediência aos mandamentos de Deus, o Senhor. Numa perspectiva espiritual, uma situação calamitosa leva a situações caóticas em termos humanos, morais e físicos, afetando todas as áreas na vida de um povo, de uma nação ou de uma igreja. Geralmente, é uma pré-condição para que haja um avivamento.

 

4.    As Condições para que o Avivamento Aconteça (2 Cr 7.13-17)

O avivamento não acontece “de qualquer maneira” e nem por qualquer movimento avivalista promovido por pregadores, mensageiros ou representantes de igrejas ou grupos ditos espirituais. Ninguém, por mais santo que seja, produz um avivamento espiritual. O avivamento vem de cima, dos céus e é produzido por Deus pelo seu Espírito Santo. Charles Finney (1792-1875) disse sobre isso: “O avivamento é o uso correto dos meios adequados. Os meios que Deus prescreveu [...] produzem avivamento. Caso contrário, Deus não os teria prescrito.”2 Que meios são esses? São condições indispensáveis propiciadas por quem busca o avivamento segundo os princípios de Deus. Não se trata de técnica, nem de método, muito menos de estratégias humanas. Podemos tomar a promessa de Deus por ocasião da inauguração do Templo construído por Salomão em Jerusalém cerca de 1004 anos a.C., conforme registra 2 Crônicas, como referência ou requisitos para essas condições: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14). Nesse texto, vemos alguns aspectos importantes que antecedem um avivamento espiritual.

Humilhação diante de Deus


Diante de uma situação espiritual decadente, de um estado de frieza e letargia espiritual que clama por soluções efetivas, humilhar-se é a primeira condição para o avivamento: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome se humilhar [...].” Deus é soberano, altíssimo, onipotente, onisciente e onipresente. São atributos absolutos ou intransferíveis do seu Ser. Diante da sua grandeza e majestade, todos os seres do Universo, tanto nos céus quanto na terra, sejam anjos, sejam homens, todos devem encurvar-se aos seus pés e, prostrados, adorarem-no. “E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6; SI 149.1,2). Na terra, todos são exortados a prostrarem-se diante do Deus Todo-poderoso: “Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés, porque ele é santo” (SI 99.5). Sempre que Israel humilhou-se e obedeceu ao Senhor, estando quebrantado na sua misericórdia, o Senhor abençoou-o, restaurou-o e deu vitória, mandando avivamento para o seu povo. Essa pré-condição não era requisito apenas para Israel; é pré-requisito para hoje, para todas as igrejas que sentem a necessidade de avivamento e desejam vê-lo acontecer nesses dias tão trabalhosos, como profetizou o apóstolo Paulo (2 Tm 3.1).

 

Oração: “e orar [...]”

 

A oração é a maneira mais comum de alguém se comunicar com Deus. Um velho ditado entre crentes antigos dizia: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”. Jamais haverá avivamento sem oração. Se, para Israel, a oração era o meio pelo qual o povo, humilhado e quebrantado diante de Deus, podia dirigir-se a Ele, suplicando a sua bênção e o seu perdão para resolver crises espirituais e morais que afligiam o seu povo, imaginem nos dias atuais quando grande parte dos que se dizem cristãos não dão valor à vida de oração e preferem ocupar o tempo precioso com coisas supérfluas, como entretenimentos, redes sociais, que, além de não ter valor para a vida cristã, são armadilhas para o seu afastamento da presença de Deus. A Bíblia diz: “remindo o tempo, porquanto os dias são maus” (Ef 5.16) e “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo” (Cl 4.5).

 

Está muito difícil haver avivamento em muitas igrejas hoje em dia. A maioria dos crentes, mesmo os pentecostais, não gosta de orar. Os cultos de festas, de eventos e comemorações especiais são superlotados, mas a frequência é bastante reduzida nos cultos de oração — com raras exceções, claro. Sem dúvida alguma, podemos dizer que essa é uma das razões mais fortes pelas quais Deus não manda um avivamento no seio das igrejas evangélicas.

 

Buscar a face do Senhor: “[...] e buscar a minha face”

 

No item anterior, temos o requisito da oração como indispensável para que haja avivamento. Nesta terceira condição, a estrutura gramatical da oração é diferente. É algo mais profundo. Orar pode ser tão somente expressar o que se quer obter de Deus por meio de palavras ditas com os lábios. O salmista orava a Deus: “Ó Senhor, ouve a minha oração! Inclina os ouvidos às minhas súplicas; escuta-me segundo a tua verdade e segundo a tua justiça” (SI 143.1; 84.8). Buscar a face do Senhor indica, porém, uma atitude mais profunda. O suplicante, além de orar, esforça-se mais para alcançar o que deseja. Desse modo, o avivamento requer oração e busca pela face de Deus, ou pela sua presença, de forma mais intensa.

 

Conversão sincera dos pecados: “Se o meu povo [...] se converter dos seus maus caminhos”

 

Como dissemos acima, para que o avivamento seja enviado por Deus, há uma pré-condição, que é a existência de uma situação indesejável, uma realidade que indica a ausência de comunhão com Deus, de afastamento dEle, de desobediência a Ele, como aconteceu várias vezes com o povo eleito — e tem acontecido ao longo da história com muitas igrejas em todos os lugares. Os avivamentos no Antigo e no Novo Testamento sempre foram antecedidos de um estado espiritual decadente, pecaminoso e até de afronta contra o Senhor. Para que haja o avivamento espiritual, é indispensável que as pessoas reconheçam que estão vivendo de maneira errada e aceitem a submissão à Palavra de Deus: “E te darei os tesouros das escuridades e as riquezas encobertas, para que possas saber que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome” (Is 45.3).

Uma vez despertados à nossa necessidade, precisamos fazer alguma coisa. A convicção do pecado leva ao arrependimento. Não pode haver avivamento antes que confessemos os nossos pecados, deixemos nossos maus caminhos e nos lancemos às misericórdias de Deus: “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (SI 66.18).3

 

Quando alguém ou um povo está desviado da vontade de Deus, é dominado pelas “obras da carne”, há necessidade de um avivamento:

 

Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. (Gl 5.19-21)

 

5.    Resultados do Avivamento

Depois que Deus encontra lugar no coração das pessoas, de um povo ou de uma igreja que experimentou o estado de frieza, mornidão ou decadência espiritual e essas pessoas atendem às condições previstas pelo Senhor, o avivamento manifesta-se de maneira efusiva. Depois que Deus falou a Salomão sobre as condições para derramar as suas bênçãos sobre a nação israelita, Ele disse:

 

e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2 Cr 7.14 - grifo acrescido)

 

O texto termina com essas três promessas de Deus para o povo que se arrepende dos “seus maus caminhos”.

 

Deus ouve o clamor do povo arrependido: “[...] então, eu ouvirei dos céus”

 

Que maravilha! Quando tudo está perdido por causa do desvio, da apostasia e das afrontas à santidade de Deus, não adianta buscar soluções nos homens. Ninguém na terra pode mudar a realidade espiritual em decadência. Pelo contrário, todas as coisas contribuem para piorar a situação moral e espiritual de um povo caído; todavia, quando há conscientização do pecado, da hipocrisia e do afastamento da vontade e da Palavra de Deus, então o Senhor ouve “dos céus”, de cima, do seu alto e sublime trono. Avivamento espiritual é como a chuva: jamais ela sairá debaixo da terra.

 

Em 2 Crônicas, vemos outra ocasião. Desta vez, foi no reinado de Ezequias em que o avivamento espiritual caiu sobre o povo:

 

Porque uma multidão do povo, muitos de Efraim e Manassés, Issacar e Zebulom, se não tinham purificado e, contudo, comeram a Páscoa, não como está escrito; porém Ezequias orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, faça reconciliação com aquele que tem preparado o coração para buscar ao Senhor Deus, o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário. E ouviu o Senhor a Ezequias e sarou o povo. (2 Cr 30.18-20)

 

Essa intervenção de Deus na realidade de um povo arrependido é avivamento espiritual, que é vindo dos céus.

 

Deus perdoa os pecados do povo:“ [...] e perdoarei os seus pecados”

 

Pecado é toda atitude, ato e ação que provoca o rompimento entre o pecador e Deus (Is 59.2). Quando se trata de pecados de um povo, de um grupo ou de uma igreja, trata-se de pecados coletivos. Ao longo da história do povo de Israel, no livro de Juízes e na maior parte dos Profetas, percebemos quanto aquele povo, não obstante ter sido escolhido por Deus, foi abençoado por Ele de forma jamais vista em qualquer outro povo; um povo que viu os sinais, os prodígios e as maravilhas operadas pelo Senhor no Egito, na libertação com Moisés, nos 40 anos pelo deserto abrasador, onde eles viram o Senhor fazer jorrar água da rocha, enviar pão dos céus e tantas outras maravilhas na entrada em Canaã, na tomada das nações, de forma milagrosa; ainda assim, infelizmente foi o povo que mais se esqueceu de Deus e que mais pecou de forma absurda e incompreensível.

Sempre que Israel experimentava períodos diversos de pecaminosidade, afrontava ao Senhor Jeová e voltava-se para outros deuses, sofria as consequências da sua desobediência. Depois da morte de Moisés, o Senhor designou Josué para liderar o povo na entrada à Terra Prometida. Josué, orientado por Deus, conquistou a grande cidade de Jerico sem lançar uma flecha sequer, apenas obedecendo à estratégia dada pelo Senhor (Js 6). Logo depois, o povo foi derrotado pelos habitantes de uma pequenina cidade chamada “Ai”. Até o seu nome era pequeno. Porém, por causa do pecado de um só homem, Acã, Israel sofreu uma derrota humilhante (Js 7). Somente após a condenação e morte do transgressor, o Senhor Deus deu vitória ao seu povo.

 

Depois da morte de Josué, o povo de Israel ficou sem liderança. Levantou-se “outra geração [...] que não conhecia o Senhor [...]. Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins” (Jz 2.10,11). Durante 400 anos, o povo de Israel alternou períodos de pecaminosidade, sofrimento, derrotas e destruições e períodos de arrependimento, humilhação, confissão de pecados e busca pela misericórdia de Deus. Foram 12 os juízes usados pelo Senhor para cuidar do povo naquele período turbulento da sua história; mas sempre que o povo voltava-se para Deus, Ele perdoava os seus pecados e mandava períodos mais ou menos longos de avivamento espiritual.

 

Deus sara a terra: “[...] e sararei a sua terra” Quando um povo descuida-se de cumprir a vontade de Deus e passa a viver na pecaminosidade, na corrupção e, principalmente, na idolatria, é visto por Ele como um povo doente, acometido por enfermidades espirituais que precisam de tratamento e cura. E a cura só vem quando todos atendem às condições para ser recuperado por Deus, por meio da sua misericórdia e amor. Depois que o povo atende aos requisitos divinos, além de ouvir as suas orações e perdoar os seus pecados, o Senhor também sara a sua terra, ou seja, remove as consequências da “doença” espiritual e promove uma “cura” completa na nação, a começar pelos seus líderes.

 

Essa referência bíblica diz respeito ao povo de Israel, mas pode ser aplicada em todos os seus aspectos ao povo de Deus, à sua Igreja, que se identifica como todos os crentes que se unem e que se reúnem nas igrejas cristãs. Há casos em que os desvios espirituais, morais e doutrinários são tão grandes que igrejas inteiras tornam-se doentes espiritualmente. E a terapia de Deus é a mesma. Ele só sara os crentes, os pastores e o ministério quando há arrependimento, confissão de pecados com sinceridade. Nos dias presentes, há nações que, outrora, foram exemplos para o mundo e conhecidas como povo abençoado por Deus, com prosperidade espiritual e material. Os Estados Unidos da América, por exemplo, foram uma nação com esse perfil; nação que nasceu debaixo da proteção de Deus quando os “peregrinos” fugiram da Inglaterra para escapar da perseguição religiosa. Tendo chegado à nova terra, fundaram uma nação com base na Palavra de Deus. Até mesmo a sua Constituição tomou como parâmetros princípios bíblicos a ser observados pelo seu povo. Deus operou maravilhosamente.

 

A nação americana tornou-se a maior nação do mundo em termos espirituais, econômicos, financeiros e em todas as áreas. Infelizmente, porém, a riqueza material tomou o primeiro lugar nos corações do seu povo. Os seus líderes, eleitos, tornaram-se incrédulos e materialistas. As escolas expulsaram Deus do seu meio. O judiciário tornou-se a vanguarda na elaboração de leis contrárias à Lei de Deus. Como resultado, hoje a América não é mais uma nação cristã. Há poucas décadas, os evangélicos eram 60% da população; hoje são apenas 40%, com tendência a diminuir esse percentual. O fechamento de igrejas acentua-se. A grande nação do Norte está doente de enfermidade crônica em termos espirituais e morais. As abominações a Deus — o aborto, o casamento homoafetivo, a famigerada ideologia de gênero, as prostituições e tudo o que fere a Lei de Deus — são aprovadas ali. Oremos para que haja um reavivamento na grande nação, que já deu tantos missionários para o mundo, e que ela seja sarada pelo Médico Divino.


II - O AVIVAMENTO NO TEMPO DE AGEU



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1.    A Situação Espiritual de Judá

Ageu foi um profeta pós-exílico contemporâneo de Esdras e Zacarias. A situação espiritual do Reino do Sul, sede em Judá, não estava nada boa. Por causa da sua desobediência nacional ao Senhor, profetas alertavam para a sua destruição, ainda que com previsão da misericórdia do Senhor (Am 2.5; 3.6; Is 6.11; 8.7). Pela falta de temor de Deus, o povo continuou ignorando os alertas amorosos do Senhor. O resultado não poderia ser diferente, pois o Senhor vela pela sua Palavra para cumpri-la (Jr 1.12). O povo desprezou a eleição de Deus e os privilégios decorrentes dessa escolha e foi derrotado sucessivamente após cada desprezo a Deus, passando por dois grandes cativeiros: Judá, Reino do Sul, passou pelo cativeiro babilónico em 609 a.C., quando o Templo foi saqueado, e, em 587 a.C., houve nova deportação para aquele reino, e o Templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos.

 

O Templo estava destruído

 

O Templo em Jerusalém não era somente um santuário de culto e adoração a Deus, o Senhor. Era o centro espiritual, moral e social da nação. Não havia outro lugar para oferecer sacrifícios. Quando ele fora construído e inaugurado com grande solenidade no ano 1004 a.C., Deus mandou um grande avivamento no meio do povo com a oração de Salomão (2 Cr 6.1-3). O Senhor fez promessas grandiosas a Salomão se o povo “se [humilhasse], e [orasse], e [buscasse] a [sua] face, e se [convertesse] dos seus maus caminhos” (2 Cr 7.14). Como o povo não ouviu a voz do Senhor, o castigo veio dos céus, e o povo foi para o cativeiro, e o Templo foi destruído: “Um terço do povo morreu de fome e de peste, ao passo que outro terço foi morto pela espada (Ez 5.12; ver também 24.1,2; Jr 38.17-19; 39.1; 52.4;)”.4

 

Deus reclama da omissão do povo

 

A situação espiritual do povo estava tão decaída que eles não sentiam falta de um lugar de reunião para adorar a Deus, o Senhor:

 

Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? [...] Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o Senhor. Olhastes para muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por quê? — disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa. (Ag 1.2,7,8,9)

 

Deus levanta homens para realizar a Obra

 

O povo estava descuidado, sem dar valor à Casa do Senhor. Depois da repreensão dada por Deus, Ele resolveu levantar homens fiéis para reconstruírem o Templo:

 

Então, ouviu Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e todo o resto do povo a voz do Senhor, seu Deus, e as palavras do profeta Ageu, como o Senhor, seu Deus, o tinha enviado; e temeu o povo diante do Senhor. (Ag 1.12)

 

Deus tocou no coração de Zorobabel, de Josué e de todo o povo para ouvir a voz do Senhor e as palavras de Ageu, profeta do Senhor:

 

Então, Ageu, o embaixador do Senhor, falou ao povo, conforme a mensagem do Senhor, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor. E o Senhor levantou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo, e vieram e trabalharam na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto mês, no segundo ano do rei Dario. (Ag 1.13-15)

 

Ao ouvir a voz do Senhor e do seu profeta, Ageu, o “resto de todo o povo” começou a obra da reconstrução do segundo Templo. Este já era o prenúncio do avivamento espiritual.

 

Deus promete estar com os que trabalham

 

O Senhor deu graças aos homens chamados por Ele para cuidar da construção do segundo Templo:

 

No sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês, veio a palavra do Senhor pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: Fala agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e ao resto do povo, dizendo: Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada em vossos olhos, comparada com aquela? Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o senhor dos Exércitos. (Ag 2.1-4 - grifo acrescido)

 

Era o chamado de Deus aos líderes e a todo o povo para esforçarem-se em prol da obra do Senhor.

 

O Desejado de todas as nações e a glória da segunda casa


Conclamando o povo a levantar-se para construir o segundo Templo, Deus prometeu e descreveu como seria o avivamento:

 

Porque assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, e farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca; e farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o senhor dos Exércitos. Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o senhor dos Exércitos. A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o senhor dos Exércitos. (Ag 2.6-9 - grifo acrescido)

 

2.    Deus Usa Ciro para Libertar Israel do Cativeiro

Ciro não era filho de Israel e nem servo de Deus em termos espirituais. Ele era rei da Pérsia (550-530 a.C.), mas foi chamado pelo Senhor para cumprir os planos dEle em relação ao povo de Israel, que se achava cativo em Babilônia.

Promessas de Deus a Ciro

 

Foi tão importante o papel de Ciro que Deus chamou-o de “seu ungido”. O Senhor fez-lhe promessas tão grandes à sua pessoa que só foram vistas em relação a homens verdadeiramente chamados para realizar os seus divinos propósitos:

 

Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante de sua face; eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão. Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortos; quebrarei as portas de bronze e despedaçarei os ferrolhos de ferro. E te darei os tesouros das escuridades e as riquezas encobertas, para que possas saber que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. (Is 45.1-3)

 

Por amor de Israel

Ciro, rei persa, jamais imaginaria ser chamado pelo Senhor, o Deus de Israel, o criador dos céus e da terra, com tamanha deferência e propósito. E não o chamou por amor ao seu povo, os persas, mas por amor a Israel. O amor de Deus é inigualável, “de tal maneira”, indefinido, incompreensível na sua dimensão divina e além da percepção da mente limitada do homem. Além de chamar Ciro por amor de Israel, Deus diz que chamaria o monarca persa pelo seu nome e pôs-lhe o sobrenome, mesmo sem Ciro ter conhecimento de Deus! Isso foi algo completamente fora da racionalidade ou lógica humanas:

 

Por amor de meu servo Jacó e de Israel, meu eleito, eu a ti te chamarei pelo teu nome; pus-te o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim, não há deus; eu te cingirei, ainda que tu me não conheças. Para que se saiba desde o nascente do sol e desde o poente que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. (Is 45.4-6)

 

Ciro liberta Israel do cativeiro

Ciro conquistou a Babilônia no ano 539 a.C., fundou o Império Persa, que teve a duração de 200 anos. E, logo no início do seu reinado, ouviu o chamado do Deus que ele não conhecia, mas que o escolheu para a grande missão de libertar Israel em cumprimento às profecias que anunciavam o fim do cativeiro (Jr 25.12; 29.10). No ano primeiro de Ciro, 538 a.C., ele cumpriu o que o Senhor colocara no seu coração:

 

Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém. (Ed 1.2,3)

 

O Templo foi concluído

 

Com a graça de Deus e por intermédio de Ciro, levas de israelitas voltaram a Jerusalém e começaram a reconstruir o Templo. Tempos depois, porém, a reconstrução do Templo foi parada por oposição dos inimigos de Israel (Ed 4.1-5), e, em 520 a.C., o Templo encontrava-se em ruínas. Esse período foi registrado pelo profeta Ageu, que é o ponto central deste comentário. É em Ageu que encontramos a promessa de Deus de que, apesar dos insucessos e apesar das oposições aos seus planos, “a glória desta última casa”, o segundo Templo, seria “maior do que a da primeira”. A construção foi questionada por inimigos da obra. O rei Dario, entretanto, consultando os registros do reino, autorizou o seu prosseguimento, proibiu que os judeus fossem importunados e mandou ajuda para a construção (Ed 5.6,7; 12) — prova de que, quando Deus abre a porta, ninguém a fecha (Ap 3.7). Com a bênção de Deus, o segundo Templo — “a última casa” — foi concluído em 516 a.C. A construção do Templo provocou tanta alegria no coração do povo que este voltou a realizar o culto a Deus no seu lugar, consagrado ao Senhor. Houve um grande avivamento como consequência da intervenção de Deus na história de Israel.


III - A NECESSIDADE DO AVIVAMENTO ESPIRITUAL

Uma vez sabendo o que significa o avivamento espiritual, podemos concluir que é um movimento espiritual, que vem do alto e sublime trono de Deus mediante o Espírito Santo, para abalar, sacudir e mudar a realidade espiritual de pessoas, de grupos ou de igrejas que estão paralisadas na letargia e inanição espiritual. Essa necessidade pode ser resumida em alguns pontos.


1.    Só com o Avivamento, ou Reavivamento, a Inércia das Igrejas Pode Ser Abalada

 

Há uma tendência natural e histórica em relação a igrejas que se deixam dominar pela letargia espiritual. A decadência espiritual tem-se tornado cada vez mais evidente, quando a frieza ou a mornidão espiritual domina o coração de um povo ou de uma igreja. Lembremo-nos do exemplo dos Estados Unidos. Há poucas décadas, o percentual de cristãos e de igrejas era elevado. Nos últimos dez anos, esse percentual caiu para 40%. O fechamento de igrejas continua ocorrendo. Quase não há abertura de novas igrejas cristãs. Sem dúvida alguma, essa situação só poderá ser revertida caso haja um reavivamento espiritual no seio da grande nação americana, que já deu tantos missionários para o mundo. Oremos por essa grande nação amiga.

 

2.    Só o Avivamento ou o Reavivamento Pode Superar a Visão e o Foco das Igrejas

 

A História da Igreja registra diversos movimentos em todo o mundo com características pentecostais. Tanto na Europa como nos Estados Unidos, grupos de cristãos passaram a ansiar por uma mudança de caráter espiritual no seio das igrejas, ora em face da decadência doutrinária e com portamental, que as avassalava, ora pelo intenso desejo de ver o poder de Deus sendo operado de modo marcante e maravilhoso ante o formalismo e o liberalismo religiosos.

Os relatos históricos demonstram quais eram as características que se verificaram nessa busca:

1.    Um intenso desejo de buscar a presença de Deus;

2.    Fervor na evangelização;

3.    Retorno aos princípios bíblicos que norteiam a igreja cristã;

4.    A busca dos dons espirituais, incluindo o de curar e o de operação de maravilhas;

5.    A busca do batismo no Espírito Santo, com línguas estranhas;

6.    A preocupação com a santidade em face da iminente vinda do Senhor Jesus.

3.    Só o Avivamento ou o Reavivamento Podem Enfrentar as “Portas do Inferno”

 

Sem o avivamento espiritual ou um reavivamento dessa natureza, “as portas do inferno”, ainda que não prevaleçam, como disse Jesus em Mateus 16.18, causam grande prejuízo à Igreja do Senhor. No tempo da Europa cristã, as igrejas acomodaram-se com o seu crescimento numérico, com as suas catedrais grandes e suntuosas, e descuidaram-se da busca permanente pelo poder de Deus. As “portas do inferno” atacaram as bases espirituais com as doutrinas materialistas, como o evolucionismo, e as novas gerações não estavam preparadas para confrontar a guerra espiritual contra as igrejas. Os pais descuidaram-se de criar os filhos “na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4) e foram passando, e os filhos foram derrotados pelas “portas do inferno”. A situação da Europa pós-cristã é tão grave, mas tão grave, que só um poderoso reavivamento pode diminuir os efeitos da mortalidade espiritual naquele continente. Oremos para que o Senhor Deus intervenha na Europa e salve milhões de pessoas para o seu Reino.

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